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Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

A profissão dos masoquistas

Cumpre-se hoje o primeiro de dois dias de greve da classe de Enfermagem. Uma profissão mais do que desvalorizada no nosso país. Muito lutaram os Enfermeiros para chegarem onde chegaram. Lembro que passou a ser uma Licenciatura, a sociedade começou a vê-los com olhos de ver, porque até aí a opinião pública era de depreciativa. Enfermagem era considerado um curso menor e de segunda. Aliás penso que muitos ainda o consideram assim, infelizmente.

 

Muitos se esquecem de que quem está ao lado do utente, no internamento, 24 horas por dia é um Enfermeiro. Muitos se esquecem que é a mão deles que se segura quando se está na agonia da morte. Nunca percebi a desvalorização desta classe. Só podemos ser uma sociedade que está mesmo no buraco!

 

Nos cuidados de saúde Primários os Enfermeiros estão na linha da frente na promoção e educação para a saúde. É do Enfermeiro que, muitas vezes, o utente se sente mais próximo. E com a exigências colocadas aos Médicos de Família, os "faz tudo", a Enfermagem ajuda a segurar um barco difícil de navegar.

 

Neste momento as exigências são mais que muitas e as responsabilidades também. Para além de que não se pode esquecer o risco profissional inerente à profissão. E o que o Enfermeiro recebe ao fim do mês não condiz com o que trabalha e com a responsabilidade que tem nas costas.

 

Para mim o desgaste a que esta profissão esta sujeita deveria colocá-la fora do saco das 40 horas semanais. Mas o que na realidade acontece é que temos Enfermeiros com duas ou três folgas por mês! A realizarem cerca de 50 ou mais horas de trabalho! Existem serviços em que há profissionais a realizarem manhã seguida de tarde, já que faltam colegas. Turnos em que reduziram ao número de Enfermeiros. Há profissionais que não podem programar a sua vida, que deixaram de ter o direito de possuir, porque constantemente há mudanças nos seus turnos e são avidados em cima da hora o que vão fazer no dia seguinte. Isto consoante o número de utentes aumenta ou diminui no internamento! Não existe um número de enfermeiros certo para cada turno! E Enfermeiros são lá pessoas!? Podem lá ter vida privada! Tudo contra a lei! Mas essa para algumas Administrações  Hospitalares não existe, e o que prevalece é a lei da selva! E ,claro, a dos números que lhes interessem!

 

E se acontece um erro? Quem paga?

O profissional exausto, claro!

Tudo se tem aguentado por zelo profissional, por necessidade, e por masoquismo.

 

Sim masoquismo. Tudo me faz crer que a Enfermagem é uma classe de masoquistas. Sai-lhes do corpo e da alma o que fazem e não há quem veja e valorize isso!

 

Hoje é dia de greve... nada mudará... sexta feira quando tudo voltar ao normal continuar-se-á com a sensação de que nada vale a pena...

Mas ainda temos o direito de, através da greve, chamar à atenção para esta classe. Quanto a mim um despedimento colectivo, à semelhança do que já aconteceu noutro país, é que se ouvia o que a Enfermagem grita há muito tempo. Mas são pouco unidos e tudo continuará igual por causa disto. E a corda vai rebentar. Partinto para o mais fraco... sempre

 

E iremos sempre ouvir quando se diz

 

"Sou Enfermeira!"

 

"Puff! A sério?!"

 

Pois... profissão rasca e de segunda... Mas saibam que na Europa os Enfermeiros Portugueses são os mais procurados e que as médias de entrada não são nada baixas!

 

 

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