Felizmente tenho uma casa que me permite algum conforto.
Tenho uma cozinha com espaço para refeições e para a confecção destas,
uma sala grande, com um sofazão e espaço de sala de jantar,
quartos, escritório,
3 casas da banho, uma delas no meu quarto. Quarto esse com mais ou menos 20m2.
Agora digam por favor, porquê? Porque é que dentro deste espaço todo, o raio dos mosquitos e moscas têm que zunir exactamente em cima da minha cabeça???!!!
Estou com sono e sinto, bem na minha cara, bem no meu ouvido o seu "zuzunir", atiro com os lençóis e sacudo as mãos no ar, na esperança que a "tipa" se cale e tenha apanhado um susto! E continuo a aconchegar-me na minha rica almofada, ahhhh!
Mas não! Não apanhou um susto!
Está decidida a realizar o bailado do "lago dos cisnes" na minha cabeça!!!
Acendo a luz, com o propósito de aplaudir bem em cima dela, mas eis que a minha "amiga" eclipsa-se como por magia!
Volto a apagar a luz, (após uma breve busca pelo quarto) eis que ela volta à acção, acabou o intervalo!
Acendo a luz, e volta a desaparecer". Bem, o sono, já era... e a "prima donna"? Nem vê-la!
Abro a porta da casa de banho e acendo a luz deste compartimento, na esperança que o espectáculo continue com melhor iluminação...
Após alguns minutos de luz acesa e porta aberta, volto a apagar tudo e tento finalmente dormir..... bem, eu tento mas o meu tento não consegue..... :(
Realmente acho que a Indústria automóvel adora ver-me sofrerrr....
Passo explicar o porquê do meu estranho desabafo.
Não sei se já vos aconteceu ter conduzir um automóvel diferente do habitual. A mim acontece-me com alguma frequência, pois no meu local de trabalho quando o motorista está ausente para outro serviço (um motorista+ muito serviço=crise) temos que conduzir um dos carros do "nosso" parque automóvel para que tudo corra "sobre rodas".
E faço o que todos fazem quando se entra em um carro diferente:
Adapto o assento à minha altura, componho os espelhos, vejo onde são as luzes, dou uma olhadela rápida para me"ambientar", ponho a chave a rodar e avanço para o meu destino....
o sarilho começa quando preciso de abrir uma janela para apanhar uma brisa nos meus cabelos e... vou com a mão à porta (local habitual no meu carro) chiça não é ali!! Olho para o tablier (local habitual no outro carro do meu serviço)... bolas tb não é ali... mas que raio, é difícil abrir uma janela! Ah! Já encontrei! No meio, perto da caixa de velocidades...
E os piscas?
Num carro é no tablier, noutro é no meio, noutro é junto à caixa de velocidades e tenho a certeza que existem outros locais noutros automóveis diferentes dos que eu conduzo ou apanho boleia... pareço sempre um cata-vento à procura do pisca quando tenho de usá-lo.
Descer o vidro é o sarilho que vos disse, abrem:
no meio, normalmente perto da caixa de velocidades,
na porta, e aí também varia a sua localização!
ou então o carro já tem uns anitos e faz-se ginástica dando à manivela (já se percebe pq não havia tantos ginásios há um tempo atrás)
As luzes de nevoeiro e máximos também me dão canseira, varia sempre o seu local e a forma de ligarem.
Até o simples acto de por o carrito a trabalhar difere, só para chatear...
ou é com a chavita,
ou com cartão e carregas"start", e nesse caso ou se põe o cartão numa ranhura própria para o efeito ou é mãos livres e nem se tira o dito do bolso, é só carregar no botão
Até parar o carro tem o seu "já não sei que lhe diga"...
ou tem travão de mão, e é só puxar à maneira antiga
ou trava sozinho ao desligar o motor, e nesse caso ficamos mal habituados e admiramo-nos que o carro que conduzimos hoje (por obra do destino) comece a andar sozinho pq nos esquecemos que neste era preciso puxar a tal alavancazita!!!
Bem e não me façam falar da marcha-atrás... sim essa é uma tortura!! Lá vai mais uma tentativa para a meter e "nhrrrr" da caixa a queixar-se... e... é desta, conseguimos!!!
O meu desejo é que a Indústria automóvel se acerte e não me dê mais dor de cabeça...
Claro que as novas tecnologias são óptimas! Abonam ao nosso conforto, pelo menos contamos com elas para isso.
Mas em certas e determinadas situações dou comigo a pensar....
Que seria bom ir a uma casa de banho (fora de casa, claro!) por exemplo em viagem nas áreas de serviço ou até numa qualquer sala de espera de consultórios clínicos, e não ter que abanar as mãos com frequência por cima da cabeça, para que a luz se volte a acender, uma vez que o temporizador da dita cuja não contou que eu pudesse demorar mais a realizar aquilo para que a natureza me chama!
Que ao ir lavar as mãos depois do "serviço" efectuado, para que a água jorre, devo saber se :
basta por as mãos debaixo da torneira,
devo carregar na torneira,
devo ver se existe um pedal em baixo,
ou, como já me aconteceu, a torneira abre normalmente, mas quem deita a água é a torneira do lado! Obrigando-me a abrir de um lado, lavar do outro e voltar a fechar do lado oposto...
Isto para não falar na saga que é secar as mãos molhadas, se:
É para secar com papel - e este está ausente; ou espalhado pelos lavatórios, uma vez que não foi disposto no recipiente devido mas em cima dele, e voou com a primeira brisa! Neste caso temos que secar no papel higiénico (se sobrou ou se existe de facto algum!) e ficar com ele todo esfarelado nas mãos e acabar de secá-las nas calças...
É para secar naqueles ventiladores ruidosos - e estamos ali tempos infinitos e acabamos por secar as mãos nas calças...
É para secar naqueles rolos tipo toalha - e estes estão encravados e acabamos por secar as mãos às calças...
De qualquer das formas, e apesar das minhas preces, eis que surge sempre alguém conhecido a querer cumprimentar as nossas mãos desagradavelmente ainda húmidas!
Eu bem tento adaptar-me a estas tecnologias de WC, toilette, banheiro, casinha ou casa de banho, mas o meu tento não consegue!
Já muita tinta correu sobre este tema, já está tão batido que quase nem ouço mais ninguém dar a sua valorosa opinião sobre o mesmo.
Mas hoje o assunto veio outra vez à minha mente, e até é algo que já me apoquenta faz algum tempo...
Acho que o acordo ortográfico está muito mal feito, aliás acho que nem deveria existir acordo!
Era mais simples falarmos logo o inglês de uma vez e pronto assunto resolvido.
Aliás ao correr este nosso Portugal ficamos com a dúvida se não estaremos numa colónia inglesa! Ou será que escrevemos e articulamos muitas palavras em inglês para que estes se sintam em casa quando nos dão o ar da sua graça, tipo aquela ideia de Allgarve!
Abundam pelo nosso país,
"Roadshow", as antigas exposições itinerantes!
As lojas "ninety-nine", referindo-se a tudo o que está lá dentro e que custará menos de 1 euro...
Os nomes em inglês de comércios, cafés, restaurantes, discotecas, grupos musicais.... que perdem a piada (se é que alguma vez a tinham) se pronunciados em português.
(- E permitam-me um à parte - tenho a sensação que se alguém caísse de para-quedas em Portugal, numa rua qualquer das nossas cidades, e não soubesse em que país se encontrava, não se elucidaria logo... pois se olhasse para a direita veria nomes em chinês, dessas lojas que surgem como cogumelos, e à sua esquerda estariam a "kiss","part-time", "style", "Health sport center club", "café power". Até eu fico em perfeita confusão e não caí de para-quedas!)
Os coffee break realizados nas formações, pois nem seria uma verdadeira pausa se não estivesse em inglês, aliás até acho que se estivesse escrito "intervalo" ou "intervalo para café" os formandos ficariam desorientados, chegando até a questionar-se quem seria o orador daquele tema e quando poderiam ingerir o seu "cofee"!
E as crianças e jovens que já não sabem responder a questionários mas só a "quiz"...
Adultos que arreganham os dentes ao acordo ortográfico mas possuem "e-mail" e não "endereço electrónico". E realizam "briefings", vestem "jeans" e seguem as "guide-lines"!
E mais existiria a dizer sobre o assunto, mas vou vestir um casaco pois estou com frio com a "t-shirt" e vou editar este "Post".....