Há sempre uma recordação que nos é docemente trazida ou por um aroma, uma palavra, ou então, como é o caso das que me foram suscitadas hoje, por uma música.
Imagem retirada da maravilhosa e sempre prestável net
Aparaceu um gato cá por casa há uns meses, já falei nisso neste post, que tem tido o seu final feliz enquanto estiver disposto a isso. E parece que está.
Claro que não percebendo eu nadinha de nada de felinos e com mania de me informar de tudo, andei a investigar e a ler tudo sobre os bichanos. E de toda a leitura que fiz retive que os gatos não gostam de ser observados enquanto realizam o alívio das sua necessidades fisiológicas.
O meu gato ( sim depois de meses cá em casa é meu) não leu o mesmo que eu....
Sempre que me aproximo do seu WC de reizinho, para efectuar a limpeza necessária, é costume o menino gato andar à minha volta e não descansar enquanto não faz algo à minha frente! E quase colado à minha fronha!!! Ou ele pensa que cheira a flores do campo ou é mesmo um grande despudorado!!!
Eu, e certamente muita gente, fez estas questões ao longo do dia, a propósito da queda do Airbus nos Alpes Franceses;
O quê? Porquê? Meu Deus o quê levaria um jovem de 28 anos a lançar 150 pessoas numa queda sem volta?
Se um suicídio, em alguns casos, é difícil entender. Este, ao que tudo indica, homicídio é simplesmente inexplicável!
Entretanto há companhias aéreas que vieram confirmar que a partir de hoje serão necessárias sempre duas pessoas no cokpit. Se o piloto ou co-piloto saírem alguém da tripulação terá que tomar o lugar. E li no Jornal Público que já não é a primeira vez que um acidente do género sucede quando alguém da pilotagem se ausenta para satisfizer necessidades fisiológicas. Se assim for de que estiveram à espera para alterar a regra? De mais 150 pessoas pulverizadas?
Há quem lhe dê para ter juízo. Ou para ir às compras, cuja falta de dinheiro não torna este objectivo concretizável. Há quem lhe dê para escrever um livro, que com direitos de autor a uma valor miserável e o grosso do lucro para as Editoras faz esmorecer a vontade.
E há ainda quem crie blogues! Assim escreve-se obtendo o retorno quase imediato por quem lê (SE houver quem leia) e vai-se navegando pelas letras e aprendendo a fazê-lo.
Alguém das minhas relações familiares contou-me um diálogo interessante que teve com os seus alunos. É com a sua autorização que publico o teor desse diálogo agradecendo o facto de poder partilhar com outros algo que considero importante para análise.
O professor em questão dá aulas no Ensino Superior, e isso é uma questão importante a ter em conta. Sendo uma pessoa bem humorada e que tenta incutir aos seus alunos um certo espírito crítico e uma certa capacidade interventiva, resolveu numa aula fazer o seguinte;
- Meus caros, arrumem as coisas de cima da mesa que vamos ter o mini teste tal como combinado.
E importa para aqui saber que não tinha sido combinado absolutamente nenhum mini-teste! O professor assistiu primeiro ao sorriso dos alunos, a pensar que era uma brincadeira, mas estes, após observarem a seriedade da face do docente, resolveram fazer o que lhes fora dito.
Depois de tudo arrumado o docente não resistiu ao comentário.
- Mas será que ninguém reage? Ninguém argumenta?
Ouve-se uma voz
- Oh. Adianta bem!
Continuando a insistir em algum argumento mais consistente.
- Já tentaram? Será que combinamos mesmo algo?
Outra aluna
- Hummm... eu bem me parecia que não tínhamos combinado nada. Mas o professor é que sabe.
- Mas não há ninguém que me tente convencer argumentando?
Pois! Se pensarmos bem talvez seja por isso que o país está assim! Não há reacção! Não existe capacidade argumentativa. Parece só existir o façam e faz-se sem reagir!
E atenção aqui fala-se numa reacção com poder de dissuasão, com coerência e com lógica. Obviamente não é um refilar por refilar. Se pensarmos bem o ensino é todo ele muito mecanicista. O professor diz, os alunos fazem! Aumenta-se os testes escritos até à exaustão e suprime-se a parte da experiência, da demonstração de conhecimentos argumentando, falando, contrapondo e discutindo!
Com 30 alunos por turma o ensino está a suprimir cada vez mais a parte em que se fornecem instrumentos aos alunos para que estes possuam um certo espírito crítico, uma capacidade argumentativa e um poder de oratória.
E indo ao fundo da questão talvez por aqui ainda existam os frutos de 40 anos de ditadura. O professor ordena e os alunos devem obedecer sem argumentar. Assiste-se também à outra face da moeda. O professor ordena e os alunos não fazem refilando e sendo mal educados! Reagindo negativamente porque não têm capacidade de pensar! Porque reagem mal à autoridade e à obrigatoriedade. Alguém já parou para pensar, e se o ensino fosse diferente, será que esses mesmos alunos reagiriam assim?
Tentamos em casa dar poder argumentativo ao meu filho. Às vezes é uma desgraça lidar com a sua argumentação e capacidade insistente de dissuasão. Mas é isso! Lidar com alunos que argumentem, que contraponham dá trabalho! Até porque nos obriga a nós contrapor e treinar a nossa própria capacidade argumentativa. E não há professor que aguente com 27-30 alunos assim! Nem o sistema de ensino está preparado para tal! Tudo à nossa volta está preparado para criar marionetas! Nós somos marionetas que nos deixamos levar pelo sistema e, involuntariamente, criamos marionetas. E isso é assustador!
O desenho que está acima para pintar parece que foi fotocopiado por uma zelosa Educadora de Infância para que as crianças possam aprender a pintar, não é?
Pois… mas na verdade não. O desenho foi fotocopiado por uma professora de Educação Visual do 8º ano, justamente a professora do meu filho de 13 anos, como um dos muitos trabalhos do género para fazer em casa!
E agora estão a perguntar se o miúdo se teria portado mal na aula para ter semelhante castigo? Um trabalhinho da primária!
Não malta, o que se passa é que a dita professora é consumidora assídua de atestados. E digo consumidora porque na realidade a senhora, ao que consta, não está doente, apenas não tem é transporte próprio e como tal depende de boleias, coisa que não tem sempre, porque, e aí sim, a pessoa que lhe dá a boleia está muitas vezes doente. Mas mesmo que estivesse doente isso não vem ao caso, o que me traz aqui é a atitute dela.
Resumindo, a professora em questão no primeiro período deu, mais coisa menos coisa, cerca de 4 aulas. Neste segundo período, e contando com o dia de ontem, 3 aulas!
E como é que ela avalia os alunos?
Eu elucido. No primeiro período, numa das últimas aulas em que esteve presente, mandou fazer uns trabalhos em casa. De atacado, género “a entregar na semana a seguir”! Coisas básicas. Nada de jeito e que fomentasse a aprendizagem mas que dão trabalho a fazer. Que, alguém me corrija se estou errada, mas as aulas são para aprender, ou não?
Tudo bem… olhei para o céu e assobiei para o lado. Neste segundo período é que já chega! Primeiro porque assobiar para o lado não é mesmo do meu feitio! A senhora deu 2 ou 3 aulas manda uns trabalhos sem jeito nenhum para fazer em casa só para ter algo com que avaliar os alunos!?!
Se fosse um trabalho começado na aula e que se desse continuidade em casa, ainda vá lá. Mas trabalhos para pintar e fazer colagens!!! Poupe-me! Está tanto professor no desemprego a querer dar aulas, a saber ensinar, e está esta senhora a não ensinar e a fazer que faz!? Se não deu as aulas não avalia. Ponto. O meu filho até pode ter negativa mas não vai entregar estes trabalhos! E se o resto da malta quiser continuar a ser conivente com estas atitudes temos pena. Talvez seja este um dos pequenos indícios da razão de portugal ser o que é. Um paraíso para a chico espertice!
Se por um lado temos uma professora com uma atitude cívica vergonhosa, por outro temos pais que fazem os trabalhos pelos filhos (porque na conversa com outros pais soube que é isso que fazem) só para que os meninos os entreguem a tempo e tenham boa nota. Não. Não é para isso que o meu filho anda na Escola! Ele anda lá para aprender. E ao contrário da maioria considero a disciplina de Educação Visual importante. Caramba! Ter noções de profundidade, de perspectiva e arte é importante!
Resumindo as mães ajudaram os seus filhos, pintaram por eles os trabalhos, e só dois pais foram falar com a Diretora de Turma! Isto pode não ser nada mas talvez espelhe a treta de gente que temos que só se sabe queixar mas não faz NADA para que as ciosas mudem!
Sabem dizer que a professora “é uma miséria”, “que isto não tem jeito nenhum”, “onde já se viu só dar 2 aulas e mandar trabalhos assim? “, e muito mais que ouvi. Mas na hora de tomar uma atitude o que fazem?
Pintam eles os trabalhos e ajudam os descendentes para que sejam entregues como a menina que faz que ensina pediu! Eu ajudo quando vejo que faz sentido ajudar, neste caso não faz sentido nenhum!
NÃO!O meu filho não faz! E eu assumo esta negativa, e ele, depois da devida conversa, também. Agora vamos é ver se isto fica assim… e depois chamem-me rebelde que eu respondo. Com muito gosto!!
Eu exijo, peço e imploro respeito para com os professores da parte do meu filhote, mas espero o mesmo do lado de lá! E esta atitude da professora de Educação Visual demonstra uma falta de respeito para com pais, alunos e comunidade Escolar.
Há uns dias que era para falar nisto, mas é um tema que não é agradável.
Discutiu-se há pouco se os pais deveriam ou não ter acesso à lista de abusadores de menores, até aos 16 anos. Muitas foram as vozes que se insurgiram contra esta ideia, incluindo o nosso Ex. Presidente Jorge Sampaio, referindo o problema da justiça de apedrejamento e até vozes do Ministério Público se manifestaram contra a ideia.
Deus, e quem segue este Blogue, é testemunha de que eu não vou nada à bola (nem a coisa nenhuma) com o actual Governo, mas esta ideia eu aplaudo. E mais minha gente. Aplaudo de pé.
Pedofilia não é um crime qualquer. É um crime praticado por um doente mental que não tem cura. É um psicopata dos piores. Não acredito que exista a mínima hipótese de reinserção, ou reeducação, nestes casos! E a virem para a sociedade acho que devem ser SEMPRE vigiados! A sociedade tem esse dever pois tem obrigação de proteger as crianças! Se essa vigilância fosse eficaz talvez assim eu acreditasse na justiça e na sua célere actuação. Mas não acredito. Por isso, como mãe, quero sim ter acesso à lista de abusadores, e acho sim que devem ser impedidos de exercer qualquer função na área da pediatria! Mas isso seria das primeiras coisinhas a fazer! Um pediatra pedófilo é o cúmulo!
Até sei que estou errada, e virem dizer-me que serão pessoas olhadas sempre de lado que haverá justiça pelas próprias mãos... e mais coisas que terão porventura razão. E também há o risco dos acusados inocentemente. Mas a minha razão, o meu ser racional é isso que diz. Mas uma mãe não é um ser racional! Principalmente uma mãe que já viu algumas coisas bem tristes e hediondas! Por isso, vos digo, se são olhadas de lado é pouco, mesmo muito pouco para o que fizeram. Se serão julgadas publicamente não se perde nada ao ter menos um ser nojento no mundo. E certamente que o mundo agradece.
Já falei por aqui nas transformações de personalidade que algumas pessoas sofre quando estão atrás de um volante. Descobri este fim de semana que uma das minhas primas é assim. Transforma-se em alguém que insulta.
Tudo isto levou o meu marido a lembrar-se de uma história que se passou comigo e que eu havia guardado no esquecimento.
No início da minha estadia, nesta cidade do interior Transmontano, eu tive que deslocar-me até à rua dos Correios. Rua de acentuado declive! Onde estacionar era um drama! Eu tinha um curto espaço para o fazer mas sabia que conseguia. E tentei fazer o ponto de embraiagem, e foi quando surgiu aquele barulho característico de quem está a puxar pelo motor. Eu vi pelo canto do olho um grupo de homens a rir-se a gozar comigo e com as minhas manobras. O que fiz?
Puxei o travão de mão. Deixei o carro como estava e dirigi-me ao grupinho
- Ok. Como já percebi que são muito bem dispostos, será que algum dos cavalheiros quer ir estacionar o meu carro? É que parece que o sabem fazer melhor que eu!
Olharam para mim com a maior cara de espanto e pude ouvir baixinho.
- Desculpe.
- Bem me parecia... - Respondo eu dirigindo-me ao meu carro e estacionando à primeira.