Poetisando a crise
Irei estar calada,
irei ver-te calar,
Irei ver passar o medo por defronte.
Ver passar a coragem que foge
o grito que emudece
a canção que não se canta
o nada que não encanta
o tudo que entorpece...
Nesta terra que enterra
a esperança, que semeia o medo,
que vê engrandecer a mudança que não pediu,
que vê partir as glórias que sonhou.
Onde estão as pessoas desta terra?
Onde estão os valorosos que se debateram?
Onde estão os grupos unidos,
os gritos sonhados?
Custe o que custar
Fazei-os emergir das suas vozes caladas
que sufocam a cada dia, a cada passar de tempo.
Este tempo corrido que não pára, num momento que parece eterno.
O meu tento anda poético e melancólico, esta fase passa, assim como tudo que passa a correr. Gostava, no entanto, que alguns momentos passassem mais a correr que outros, será que alguém pode dar uma ajudinha a soprar estas marés?
Vou poetisando a crise, pelo menos assim talvez esta maré passe mas rápido e eu sinta que faço algo, nem que seja pelos meus pequenos dedos.