Limites
Imagem retirada daqui
Após muitas opiniões contra e a favor, com extremismos de um lado e do outro, em Portugal foi despenalizado o aborto até às 10 semanas de gravidez por opção da mulher - Lei nº 16/2007 de 17 de Abril –
A alteração da lei significou que a mulher deixou de poder ser acusada em tribunal, deixou de ser perseguida pela justiça, ser julgada e punida com pena de prisão.
A despenalização da I.V.G. até às 10 semanas não traduz a sua completa descriminalização, pois engloba limites, e muito menos traduz a liberalização. Despenaliza, quando respeitados todos os parâmetros descritos na lei. E cabe ao Governo proceder para que estes parâmetros sejam respeitados. Será que existe a disponibilidade de acompanhamento psicológico durante o período de reflexão? Será que existe disponibilidade de acompanhamento por técnico de serviço social, durante o referido período? Será que as mulheres que tiveram (atenção, eu digo tiveram e não quiseram) que fazer esse aborto são devidamente acompanhadas para que isto não volte a acontecer ou seguirão às suas vidas sem mais? Será que tudo funciona de modo a que não abortem outra vez? Talvez seja a hora de realizar um estudo a sério, mas sem aquelas comissões que chegam em dia marcado, de fato e gravata e são recebidas pomposamente e nesse dia tudo funciona as mil maravilhas, o que eu digo é um estudo e uma investigação à séria!
E de tudo isto me lembrei quando vi uma notícia, no Jornal Público, que me deixou em choque, bem longe daqui, num populoso País, foi o Estado que foi despenalizado, e nesse caso os limites não existem! Na china existe a "política do filho único" numa tentativa, da parte do estado, de controlar o crescimento populacional e facilitar o acesso a todos de um sistema de Saúde e Educação de qualidade (são estas as suas premissas). E esta sua política parece ter evitado 400 milhões de nascimentos ao longo dos últimos anos! Ajudando a quebrar a preferência tradicional por grandes famílias quebrando um pouco o ciclo de pobreza.
Mas, um regime autoritário e com tolerância zero tem provocado, o se vulgarmente se chama de, "efeitos colaterais", o número de casos de abandono e de abortos aumentou (principalmente se a criança for de sexo feminino).
E os limites? Esses, parecem que não existiram no caso de Feng Jianmei, que a acreditar na versão dos familiares contrária a das autoridades, FOI OBRIGADA a abortar com sete meses de gestação! SETE MESES! Foi colocada uma foto na internet, que aconselho a não verem, de Fen Jianmei ao lado do seu filho morto. Tudo isto porque não tinha dinheiro para pagar a multa para poder ter mais este filho...
E chegando a mesma conclusão que o blogue "o que é o Jantar?" que falava sobre o abandono de crianças em rodas modernas na nossa Europa eu também me junto a sua conclusão.
Tentando perceber até onde vão as trevas e a sociedade.