O outro mundo acabou e temos um novo mundo...
Foto retirada da na minha traquitana
Afinal o mundo lá acabou... raio! Que os Maias tinham razão!
E de onde estou a única ligação que temos com a antiga "terra" é a blogosfera, dizem eles que é para não estranharmos muito a diferença. Vimos aqui e fingimos que o mundo ainda não acabou, um exercício difícil já que as coisas são um nadica diferentes por aqui.
Aqui não há o Natal, e não tarda nada até me esqueço do que era o Natal. Afinal também no antigo mundo dizia-se que o "Natal é quando o Homem quiser", pois aqui parece que quer todos os dias!
Aqui não há religiões, já que as religiões aprisionam o pensamento e são uma forma de controle do homem, e aqui ninguém precisa de ser controlado, somos todos livres! A alma é o nosso ser e não precisa da religião para ser cuidada, a alma é livre e alimenta-se dessa liberdade, só assim pode ser pura.
Também não há políticos, e claro não há mentira, as pessoas são responsáveis, e como não há países, nem economia, nem dinheiro e poder, tudo corre as mil maravilhas. As pessoas dão aquilo que têm de melhor! E há pessoas para todas as áreas de trabalho e todos têm trabalho!!! É estranho a inicio ver que todos querem ser úteis e todos se sentem úteis, mas acabamos por nos habituar.
E o inverno? Só há para aqueles que gostam, esses são deslocados para locais especiais onde há inverno e para que cuidem das culturas típicas dessa época.
O resto tem sempre sol, sem calor, aquele tempo ameno em que só dá vontade de sorrir.
E por falar em sorrir, por cá não há lágrimas, nem doenças, claro que não há Hospitais, os profissionais de saúde são pessoas dedicadas a acompanhar as pessoas ensinando-as a viver a usufruir da sua saúde em pleno! E ajudam-nas também a saberem o que têm de melhor dentro de si, são quase como conselheiros espirituais.
Vimos aqui à blogosfera e fingimos. Fingimos que o mundo não acabou, que a crise económica continua, que continua a tristeza, a sede de poder, o fosso entre as pessoas. Fingimos, para não nos esquecermos daquilo que éramos e daquilo que não podemos voltar a ser.
Aqui não há maldade, nem inveja, nem fome, nem tristeza e começo a duvidar que haja o ser humano...
Mas se não há ser humano onde estou eu?
Vou tentando descobrir... pode ser que me deixem aqui vir e enquanto finjo tendo saber a verdade.
Onde estou?
Como vim aqui parar?
E para onde vou? Ou para onde me levam...
Ou então continuarei a fingir não querendo saber a verdade, a verdade também esteve vedada aos olhos de tantos no antigo mundo. Por isso, talvez continue a tentar fingir... a fingir que o mundo ainda existe...