As partucularidades do Século XXI com voz de Robô
Hoje percebi como é difícil este século. Muito difícil quando se deixa ter as comodidades a que estamos habituados. Se no início da semana sobrevivemos à falha de net, porque o router deu um grito estrondoso, o pior foi acordar hoje de manhã sem electricidade. Um drama!
Drama que por acaso ocorre com muita frequência nesta zona habitacional. Coisas próprias da qualidade de vida de quem vive numa "dita" cidade do interior Transmontano. Julgo que esta gente gosta sempre de manter a ligação ao passado fazendo-nos privar de certas coisinhas simples para este século.
Adiante... acordar e perceber que o aquecimento não ligou, que já não há electricidade desde as 6:30 da matina, que não podemos tomar banho porque a caldeira não funciona. E aquecer leite no nosso fogão de vitrocerâmica é impensável! Não conseguimos abrir as persianas movidas a motor que necessita da força de uns electrões e pior ainda não conseguir abrir o portão da garagem e tirar o carro para ir para o trabalho e escola.
Claro que tudo se resolve.... À luz de vela, sem banho (desculpem lá), com pequeno almoço a seco, e com artimanhas para abrir o portão. No entanto com tanta demora para voltar a ver a luz e considerando que até pago uma certa quantia à EDP, resolvi averiguar o porquê desta avaria prolongada, e já agora porque é que sou tantas vezes privada de ver a luz. Não a do fundo do túnel a de minha casa mesmo.
Percebi com este telefonema que mesmo que seja uma pessoa a atender-me o telefone, e isto acontece nas várias linhas de apoio ao cliente de qualquer empresa, parece sempre que estou a falar com um robô! E o estranho é que tem um problema que precisa de ser averiguado. A voz nasalada é sempre uma característica presente.
Presumo a a tal voz nasalada que seja o requisito principal na contratação de pessoal para essas linhas de apoio.
Além disso têm que seguir o papelinho que têm a frente. Coitados. A sério que tenho pena daquela gente. Já não é suficiente terem o problema de saúde que têm, que como lhes dá emprego ainda não o foram resolver com o otorrino, ainda os fazem parecer uns tótós que não pensam pela própria cabeça.
Para reportar a situação da falha prolongada de electricidade eu tive que fazer enquanto falava com o tal robô. Ai! perdão. O tal senhor. Tive que verificar se a falha tinha sido só da minha casa ou da rua. E como?
Verificando se o disjuntor geral tinha disparado ou algum dos individuais (não sei é assim que se chama).
- Mas ó senhor eu já verifiquei isso! Aliás foi a primeira coisa que fiz! Além disso o meu vizinho ligou agora porque também não consegue tirar o carro da garagem por falha eléctrica e toda a rua está sem luz!
- Desculpe-me Sr.ª Dª Lina mas terá que ir ao quadro fazer todo o procedimento enquanto fala comigo.
- Ok...Ok...
Escadas abaixo aí vou eu. Outra vez....
- Pronto. E agora já pode reportar a situação?
- Vou perdir-lhe que aguarde um momento por favor.
Música... música....música.
A luz acabou por aparecer. Felizmente! Não a do fundo do túnel a de minha casa.
E depois de mais de meia hora de música e muitos "Aguarde mais um pouco por favor" consegui também fazer uma reclamação destas falhas constantes, não sem antes me tentarem convencer que eram devidas a "condições climatéricas".
-Hummm... Ok. Condições climatéricas? Já sei! No Inverno os Electrõeszinhos ficam aquecidinhos e estão a maribarem-se se eu tenho electricidade ou não e no verão estão à fresca a provar um gelado. Poupem-me!