Por onde andam os nossos filhos?
A vida social já não é só realizada em encontros com amigos nos cafés, ou em jantares e lanches combinados, nestes últimos tempos foi para algo que há uns anos nos causaria o maior dos espantos. Foi para as ditas "redes sociais", Twtecoisos, Facecoisos, Instragracoisa, Bloguices e outras ices e coisas que a sociedade se tem virado, com os nosso filhos implantados na "cena" desde muito cedo. E incluo o virtual na vida social, primeiro porque é, para muitos, a vida social que têm. Segundo, para outros é um ponto de encontro de ideias, discussões, troca de opiniões e porque não de aprendizagem. Dependendo, claro, do que se quer no virtual. No meu caso, por aqui vou falando sobre assuntos que não dá para discutir no trabalho. E convenhamos, na correria diária, a nossa vida é muitas vezes casa-trabalho-casa e a Blogosfera tornou-se no tubo de escape ou na sessão de psicoterapia em grupo.
Comecei pela Blogosfera, depois, de anos a resistir, criei perfil no Facebook, nada ponho lá a não ser as ligações para o Blogue. Reparei, no entanto, de uns tempos para cá que o meu filhote que tanto insistia em ter perfil no Facebook deixou de insistir....
Hummm... Não pode ser?!
Claro que não pode ser. Ele tem Instagram!
Agora reparem no diálogo...
Mãe- Filho ajudas-me a criar perfil no Instragram?
Filho- E para que queres tu o Instagram?
Mãe- Ora essa! Porque acho que me poderia ser útil!
Filho- Ouve lá, já tens o Blogue, o Face e agora Instagram? Não é exagero???!!!
Mãe- Espera aí. Há qualquer coisa aqui que não bate certo! Qual é o teu REAL problema?
Filho- É que o Instragram é uma "cena" só minha e que eu tenho só com os meus amigos, simplesmente não me apetecia que os meus pais se viessem meter!!
Pois é meus amigos, os nossos filhos perceberam que estamos com eles no Facebook e fogem para onde podem. E porquê?
O meu filho dá uma explicação que faz todo o sentido.
Não é que diga lá nada de especial, ou coisas que vocês não possam ler, ou que eu tenha vergonha, mas há conversas que eu só quero ter com os meus amigos, e estar a tê-las com vocês a ver, para mim, é o mesmo que eu estar no quarto a falar com eles com vocês ao lado a ouvir. E convenhamos que com observadores não dá para falarmos à nossa vontade.
Ele tem razão. Não temos que ouvir tudo o que dizem e ver tudo o que fazem! Temos que apenas educá-los para saber falar e saber fazer, a partir daí é levantar as mãos para o céu, como se diz por aqui. Sobretudo temos que tentar deixar que eles batam as asas, que estivemos a fortalecer, e que voem.