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Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

Ainda...

Parece que tenho a fama de ser insistente. Talvez...

 

Por aqui, no nosso país, a realidade que conheço, é normal encarar-se o castigo físico dos filhos como algo usual e que faz parte da educação. É perfeitamente encarado como prática comum dar-se umas palmadas na criança que se porta mal e/ou não faz o que lhe mandam.

Mas será que não existirá mesmo outra forma de castigar?

 

Se há situação que me lembro da minha infância é das palmadas que apanhei, sobretudo da minha mãe. O meu pai deu-me uma vez duas palmadas, e ,segundo ele, ficou pior do que eu (segundo a sua opinião, não a do meu traseiro). O que me lembro de sentir quando apanhava é uma raiva, sensação de injustiça, de querer fugir do que me doía sem ter para onde, e de não entender porquê a minha mãe era capaz de me aleijar assim?

 

Apesar de ser algo traquina, mas não asneirenta, normalmente apanhava porque demorava a comer ou não queria comer. Era por isso que me aplicavam o corretivo! Lembro-me também de pedir, sempre que a mão vinha em riste, para não me baterem na cara, só me lembro de gritar "Na cara não!! Por favor!". Pois... a seguir vinha o chinelo no meu digno e amado traseirinho. Mas era mais fácil de suportar que uma só estalada. Será que não existiria outra forma de me fazerem comer? Será que não seria melhor não me forçarem a comer?

 

Cresci e não aplicamos a agora chamada, de uma forma politicamente correcta, "palmada pedagógica".

Uma vez, numa Escola do Ensino Básico aqui do sítio, a professora, após uma asneira qualquer do meu filho, lhe disse que ia dizer à mãe dele e ele ia certamente apanhar. O meu filho respondeu que não era da palmada que tinha medo, porque nós não lhe batíamos! O que respondeu a professora?

Não batem?!? Mas deviam.

 

A asneira? Nada que tivesse assim tanta importância, muito menos que justificasse uma palmada.

 

A maior parte dos colegas do meu filho ficam estupefactos quando ele diz que não apanha. Mas esperem lá... não devia ser ao contrário? A estupefacção não deveria ser para quem aplica corretivo físico?

 

O mais interessante é que os ditos "piores", os "mal comportados", são os que apanham surras de criar bicho!

 

Num livro que li de sobre inteligência emocional, algo também muito na moda, embora ainda sem a devida importância, falava que os pais que começam a aplicar a dita palmada pedagógica tendem a arranjar justificações mentais para esse acto: "só assim é que ele(a) vai lá", ou "já tentei tudo!", "eu também levei e cá estou!", "que mal faz uma palmada? Só fortalece o caráter!". E mais ainda, incorrem no risco de ao aplicar este castigo poderem mesmo descontrolar-se e aplicar mais força que a pretendida e a palmada sai uma pancada mais a sério.

E o que se está a ensinar aos filhos quando se dá a palmada?

Que é assim que se resolvem as situações?

Como se devem controlar?

 

Como é que pedimos X e depois fazemos Y?

Mas não se passa a vida a dizer que os exemplos que se dão às crianças são um dos pilares da educação?

 

Para terminar tenho outra questão, se quando um conjugue dá uma estalada ao outro, é considerado violência doméstica, porque carga de água é que se chama "palmada pedagógica" quando se trata de uma criança?

 

Não estou a dizer com isto que não devem existir regras, limites e que estes não devem ser cumpridos! Não sou a favor de um 80 para um 8. Mas não me parece que deva seja encarado como normal aplicar castigo físico a uma criança!

 

Imagens retiradas da internet

Uma questão de educação

Imagem retirada da internet

 

Os comentários ao meu post sobre a "estalada" deixaram-me a pensar na questão da educação. E se realmente os alunos e consequentemente os jovens, estão indomáveis não sei se os adultos estarão melhor. Aliás a juventude é educada por adultos, presumo eu.

 

O meu filho queixa-se imenso da falta de educação dos adultos. E ele tem toda a razão. Assisti há uns dias ele a ir à frente para entrar na frutaria mas como viu que estava uma senhora, até com uma certa idade, atrás de si, encostou-se para o lado e abriu a porta deixando que a senhora entrasse, alguém  ouviu um simples "obrigada" a esta distinta dama? Não! Ele ficou, com toda a razão, bastante indignado.

 

Mas não é a primeira vez que isso lhe acontece.

É costume não lhe agradecerem, não lhe pedirem "se faz favor" e passarem-lhe à frente. Claro, que ele fica furioso, e diz que não não há respeito pelas crianças e não entende! Se ele é educado e gosta de o ser, porque é que custa ser educado com uma criança?

 

E eu também me questiono.

Será que esta tal falta de educação de que falamos não será já um problema estrutural?

Afinal como querem que as crianças sigam o exemplo?

Será que as pessoas estão tão distraídas e imbuídas no seu alto pedestal que lhes custa olhar para baixo, para uma criança, e dizer obrigada! Ou será que por ser uma criança não merece a "ralação".

 

Eu até tentava explicar aos adultos isto, quando me apercebo destas situações, mas acho que a ralação que eu ia ter não iria valer a pena....

 

 

 

 

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