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Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

Jornadas da vida

Um choro surgiu naquela tarde quente em África. Frágil, pequena, branca, embora depois de nascer estivesse rosada, surgiu de rompante aquela menina. Olhava tudo curiosamente querendo absorver o mundo todo de uma vez.

Foi crescendo continuando com aparência frágil mas uma força interior capaz de mover montanhas. Essa força assustava os demais, principalmente a sua mãe que temia perder-lhe o controle e sobretudo que a força destruísse a sua frágil pequena.

 

As mulheres não podem sem assim! Era o que ouvia com frequência. Elas têm que ser caladas, vestirem vestidinhos lindos, estarem sempre impecáveis, comportadas, aceitar o que lhe dizem, não assobiar como os rapazes e muito menos subir a árvores e brincar desaforadamente como se o mundo fosse acabar a qualquer instante!!!

 

Felizmente, fazia ouvidos moucos ao que não compreendia. Por isso, subia às árvores, odiava os vestidinhos lindos e trocava-os por calções com camisolas simples, assobiava, não sabia estar calada, aliás, o silêncio incomodava-a. Se tinha uma opinião, falava-a, e opiniões não lhe faltavam! Assim como não faltavam as idas às urgências com tanta imprudência a galhofar… uma desgraça como menina, uma desilusão.

 

Diferente de todos os seus colegas de escola, era branca, loura e franzina, diferindo dos demais que eram negros ou mulatos e mais entroncados. Durante anos sonhou ser negra. Diz muitas vezes que a sua pele pode ser de uma caucasiana mas a sua alma não! Corre-lhe nas veias o calor Africano e a alegria Brasileira. Acabou por se transformar no querubim de todos os colegas. Nunca se sentiu desigual junto a eles.

 

Mas a sua vida deu mais uma volta… e mais uma adaptação surgiu. Os tormentos avançaram com força na sua passagem pela adolescência. Novo país, novas mentalidades, novas tradições… tudo novo! Tudo diferente! Aprendeu a falar e escrever como via e ouvia. Teve que começar de novo para atingir o topo na escola.  Ficar obrigatoriamente nas cadeiras atrás, como se quisessem esquecê-la, em vez de a derrubar deu-lhe força para avançar. E nas tardes em que via as colegas brincar depois dos afamados TPCs serem feitos, ela continuava a insistir para chegar lá. E conseguiu as cadeiras da frente.

Hoje, muitas aprendizagens depois, aqui está.

A caminhar lentamente, mas a caminhar. Muitos dos sonhos restaram só assim… como sonhos. A criança irreverente ainda pulsa em si e olha-se ao espelho sem compreender mais uma ruga que surge. Mas é assim, os anos inevitavelmente passeiam pelas nossas vidas. E mais uma jornada foi atravessada, mais um ano deslizou pelos seus dedos.

 

PS- Tudo isto para dizer que faço anos. Faxabori de desejarem os parabéns aqui à moça 

 

aniversárioeu.jpg

 

Socorro o meu filho é um teenager!

Já não é a primeira fez que falo do meu filho pré adolescente e das dúvidas, preocupações e dramas próprios de pais com filhos nesta idade. Embora em todas as idades sejamos confrontados com alguma problemática que normalmente envolve a "fase" etária da nossa  prole, esta fase é um nadica trabalhosa... prepare-se quem para lá vai, porque tudo o que vos disseram não chegará perto da realidade...

 

Pois bem, o meu filho entrou esta semana oficialmente para o grupo dos "teen" completando os 13 anos.

Como todos os anos acedemos ao seu pedido de realizar uma pequena celebração com alguns amigos. Este ano, quando a lista feita por ele me foi mostrada, pude constatar que incluia 10-11 amigos (1 na dúvida), entre eles só 2 raparigas, pensei:  "Hum... 10? Nada mau, já tivemos 15 e correu bem. Com 10, e ainda por cima já com mais idade, será ainda mais pacífico". Nada mais errado!! E se eu votasse atrás no tempo esbofeteava-me logo a seguir ao pensamento que tive para ver se abria os olhos. Pensava eu que comeriam qualquer coisita, pois é assim todos os anos, a miudagem só quer brincadeira e não come lá muito  e há no fim muita comida estragada (outro erro crasso de mãe inexperiente nas lides dos "teen"). Pensava também que iriam jogar qualquer coisa e ver uns filmes, até porque era isso que o meu filho tinha programado...

 

Meus caros, ainda estou neste momento a recuperar do choque!!!!

 

Comer?

O meu marido que fazia o fornecimento de bens alimentares desde a cozinha até à sala chegou a temer pela própria vida! Não sei como saiu dali vivo! As sandes, bem como batatas fritas e afins,  quase não chegavam à mesa e já estavam nas mãos destinadas muito antes de ser pousado ou tabuleiro ou terrina. Parece que nos esquecemos do "apetite voraz" de um adolescente, quanto mais de 10 e todos juntos! Conselho. Comprem um grande fornecimento de comida, não haverá estragos. Ah! Mas pelo menos não têm que se preocupar com variedade, batatas fritas preferencialmente as onduladas, não sei porquê. Sandes de preferência com manteiga, e alguns com fiambre, queijo é raro o que gosta. Cones fritos, rolos de salsicha e alguns salgados, mas se isso não entrar também não vem mal ao mundo. De doces chega o bolo de anos e uns queques ou algo simples. Tem é que ser tudo com quantidade. Bebidas. Seven Up. Esqueçam o resto.

 

Jogar e conversar mais a jeito de uma idade mais madura? Esqueçam. Pelo menos para quem tem rapazes, e cá em casa eram 9, com o aniversariante, mais a única menina que compareceu. Os rapazes crescem em altura, têm uma voz estranha, tanto guincham como falam grosso, mas mentalmente continuam infantis. Agora imaginem aqueles "monstrengos" enormes aos pulos e gritos, nas correria escadas acima escadas abaixo! Teve uma altura em que senti a casa a tremer. Juro!!!

 

Ver um filme?

Pois sim. Eu é que sou lírica....

Ainda houve a deslocação de um colchão para a sala para que se estendessem mais confortavelmente. O filme começou de facto a dar... mas alturas tantas estavam todos à luta no colchão e era um emaranhado de braços, pernas, guinchos, vozeirões, empurrões e trambolhões que receei ter que chamar o 112 para reanimar algum!

 

Mas malta saímos vivos, a casa ficou de pé (fora um ou outro percalço), a comida não se estragou e chegou. E sobretudo eles estavam felizes e puderam divertir-se sem ninguém a chateá-los, apenas impondo pequenos limites razoáveis, tais como não deixar que as minhas almofadas de croché servissem para uma luta de almofadas.

 

Se tentava outra vez? Claro! Afinal só se faz 13 anos uma vez! E para o ano pode ser que os 14 os tenha colocado mais pacíficos.... assim espero.

 

 

 Imagem retirada da internet, obrigada a quem a disponibilizou

 

É hoje?

Algo estranho se passava...

 

Acordei estremunhada, pus o pé fora da cama. Tudo estava na mesma. O meu quarto envolto na penumbra matinal, que se traduz pelas portadas da janela fechada, para que as primeiras espriguiçadelas do rei não nos acordem . O odor de uma noite de sono. O silêncio da casa que ainda dorme... tudo estava igual a qualquer manhã. Não! Havia algo diferente... Mas o quê?

 

Decidida a descobrir resolvi investigar. Desci as escadas, pé ante pé, evitando aquele degrau que resolve gemer sempre que lhe passo em cima, passei pela sala às escuras, abri as persianas que dão para o pátio e o sol inundou-me o olhar! Um dia pintado de primavera!! Era isto? Finalmente um dia com a ansiada primavera? Hummm...também não!

 

Mas então o que seria?

 

Ora, vejamos, tudo está nos seus devidos lugares, o que na minha casa quer dizer tudo fora dos sítios pois há crianças a habitá-la ( a bem dizer uma que vale por muitas) e esta é uma casa onde se vive, portanto não se passa nada de anormal com a casa. Aquele silêncio que tanto gosto, pautado por uma ou outra respiração pesada, traduzindo que alguém ainda está no país dos sonhos e não faz intenções de sair, vem lembrar que é uma manhã de sábado como outra qualquer. O perfume de um dia que acabou de nascer também está igual a tantos outros. Eu também não me sinto diferente... ou será que sinto?

 

Oh... É hoje?








Parece que sim, e não adianta tentar fugir, e também quem quer? {#emotions_dlg.blink}

 

 

 

Imagem retirada da net (obrigada a quem a disponibilizou)

 

 

 

 

 

 

A casa 40!

Entrei hoje definitivamente na casa dos 40! Larguei os “intas” à sua sorte e aderi, se bem que involuntariamente, aos “entas”. Uma casa madura, sem o ímpeto juvenil e com alguma sabedoria.

 

E se eu me recusar a abandonar o ímpeto juvenil?

Afinal sinto-me impetuosa, sinto-me impetuosamente quarentona!

 

A partir de agora em vez de me chamarem “menina”, como é costume, passarei a ter a designação de “quarentona”! Soa mal?

Não! Os quarenta não significarão mais do que uma passagem para uma casa, uma casa numérica, só isso, nada mais.

 

Porque eu sinto-me a mesma menina de sempre, que sonha muitas vezes com o impossível, que é arrebatadora na defesa das suas ideias e ideais, atenta a outras opiniões com a voracidade de aprender.

Sou a menina que brinca, que cresce a cada dia, que se envolve na vida com paixão e que se recusa a ser presa por uma casa que não passa mais do que um número, um reles número que vale o que vale.

 

O meu tento entrou na casa quarenta com os dois pés e com o coração da menina que sempre foi.

 

PS-Irei estar ausente da blogosfera uns dias, por isso não irei estar por aí. Obrigada aos que aqui vieram {#emotions_dlg.redflower} =)

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