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Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

A próxima palavra mais procurada

 

Imagem retirada daqui

 

 

Ao que parece a próxima palavra mais procurada na Google, será praxe.

 

A praxe está na ordem do dia. Para onde quer que me vire só vejo, e leio, coisas sobre a praxe. O Dux, e as Comissões de Praxe... E tal como O Jorge Soares do Blogue "O que é o Jantar?", também eu nunca tinha ouvido falar de Dux e da seita que ele parece representar, desculpem-me os defensores da praxe mas é isso que toda esta envolvência faz lembrar!

 

Ontem, no resumo da semana na TSF do "Tubo de Ensaio" de Bruno Nogueira, este dizia que os praxantes não deveriam estar de traje académico, mas sim com vestimenta cor de laranja florescente para ser visível à distância pela Polícia Marítima e helicópteros. Além disso, referiu que a praxe nada mais é que Bullying encapotado. Ora e é essa parte que me chamou a atenção.

 

Bullying - e a definição deste assenta que nem uma luva na maioria das praxes que tenho visto, quer enquanto andei na Universidade, quer à posteriori.

 

Pessoas da minha turma foram obrigadas a andar de cuecas a contar a distância da entrada da Escola com um Fósforo! Um professor que entrou insurgiu-se contra isso e o meu colega consegui vestir-se.

 

Andar de joelhos, a rastejar, ouvir berros e ordens proferidas aos gritos foram coisas que vi. Com as raparigas, por norma, eram mais brandos e eu tinha uma defensora, uma madrinha de curso, que era hábito criar na minha Escola, um bom hábito. Essa madrinha além ajudar futuramente o afilhado(a), detinha sobre ele(a) "poder". A praxe, no espaço físico da Escola, só era autorizada no primeiro dia, e nesse dia era realizado o batizado do caloiro com os tais padrinhos de curso. O que eu mais achei interessante em tudo e que realmente poderia favorecer certa a integração e um exemplo a seguir se bem usado. Mas, se eu precisei de ser protegida era porque havia algo contra o qual era necessário proteger-me. Estou errada?

 

E eu senti necessidade dessa proteção. Apesar de ter dito não a muitas coisas, senti a necessidade dessa proteção, não posso mentir.

Existiram coisas engraçadas? Claro que sim. Mas evitavam-se a grande maioria delas que me ficaram na memória.

E posso dizer que na altura em que a minha turma praxou não me lembro de nada positivo sem ser o Batismo do Caloiro! Nessa altura, já com alguma voz, insurgi-me com veemência contra aquela praxe. O que foi feito? Eu fui colocada fora da sala! Mas a minha afilhada foi comigo, disso não abdiquei. Deveria ter acusado os meus colegas? Acho que teria sido o mais acertado. Mas infelizmente não o fiz...

 

Numa Escola nova, um primeiro dia de aulas, praxes que dizem estar instituídas, a maior parte inseguros, receosos da não aceitação,... é fácil cair nas malhas de uma praxe abusiva. Não digam que não. Não me digam que  quem recusa não é, muitas vezes, e na maioria dos casos,  muito pressionado? E até repetidas vezes e muitas vezes fisicamente?

E se, acaso recuse ser ser praxado, fica logo marcado e excluído! E alguns dizem "quero lá saber"! Mas para muitos essa exclusão sai cara e depende muito dos Politécnicos e Universidades em que estão inseridos e dos sociopatas que apanham pela frente. Sim. Sociopatas!!

 

 

Se é Bullying?

Claro que é! Irra! Uns marmanjões a gritarem ordens feitos loucos é o quê?

Integração?

Contem-me outra.

 

Há praxes engraçadas?

Talvez. Lá, não sei onde. E no meio de tanta treta contam-se pelos dedos, de UMA mão, as coisas engraçadas que se fazem.

 

 

Ah! E agora tentem lá parar o trânsito para uma manifestação a ver como doem. Mas se estiverem a guiar uma "manada" de caloiros já não há

qualquer problema! Isso faz sentido?

 

Não me vou pronunciar sobre o caso do Meco, que fez saltar a palavra praxe novamente para as nossas bocas. Não sei o que se passou. Mas seja o que for poderá servir para que este assunto seja discutido como deve ser.

 

E tal como já disse algures, tenho curiosidade de como serão as praxes em outros países. Talvez isto dê um estudo que indique algo sobre o nosso povo...

 

Eu obedeço a ordens gritadas por ti, pessoa com traje especial.

Tu deténs o poder!

Eu obedeço porque sei que se estivesse no teu lugar e quando estiver provavelmente farei o mesmo.

Eu também os farei obedecer!

 

 

 

Caloiro já não está abaixo de cão!

Este ano parece que as praxes não estão a ser notícia. Pelo menos não estão a ser notícia no seu pior. Porque no Bairro da Ajuda mais de 600 alunos do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas pegaram, esta quarta-feira, em trinchas e latas de tinta para dar nova cor a alguns edifícios da desta freguesia, em Lisboa.

Ver vídeo do JN


Exemplos como este deveriam ser seguidos, a praxe implica a integração dos novos alunos e muitas vezes não é isso que se verifica. Eu própria tive que intervir na altura em que o meu mano era caloiro, claro que sem o conhecimento dele. Ameacei com um processo e com a comunicação social se a "situação" em causa não parasse. Tive o apoio, em segredo, do Presidente da Associação Académica, de uma Universidade que não vou revelar, valeu-me o seu bom senso e a sua atitude certeira e discreta.


No meu tempo a minha praxe não foi nada de mais, umas brincadeiras tipo jogos populares e o "Baptismo do Caloiro", nesse baptismo a nossa madrinha ou padrinho eram incumbidos da tarefa de nos ajudar no curso. O meu ano continuou com essa tradição e eu ainda me lembro da minha afilhada. Uma bonita tradição que se foi mantendo, pelo menos enquanto andei por lá.


Este exemplo, da praxe solidária, é daquelas tentivas bem conseguidas {#emotions_dlg.blink}



 

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