Mundo novo para as crianças. Pedido URGENTE!
O sofrimento de outrem, especialmente se esse outrem for uma criança, é algo que atinge a minha alma como se de um torpedo se tratasse.
Enquanto lia a notícia no J.Público que fala sobre um relatório da Unicef em que esta alerta para a existência de crianças em riscoo meu coração foi ficando cada vez mais apertado.
Senti-me no papel de uma mãe que não pode dar aos seus filhos o que deveria ser considerado um direito adquirido mal se nasça, cuidados de saúde dignos, alimentação, habitação e educação. Existem muitas crianças por este mundo corrido sem estas condições básicas. Não estou a falar de crianças que não têm com que brincar, estou a falar de crianças que muitas vezes não têm sequer o que comer.
Como pode ser isto possível? Como chegamos a um elevado avançar de conhecimento, e ainda abundam fertilmente casos destes? Como podemos permitir tal sofrimento?
Mas nem quero ir para a situação mundial, vou restringir o problema a Portugal. Assusta-me incrivelmente o rumo da nossa situação económica, assusta-me que por asneiradas de uns paguem os mais fracos, os que deveriam ter toda a nossa atenção. Toda a nossa consideração! Os que vão herdar o que lhes deixamos para trás. Os que vão herdar esta desigualdade cada vez mais acentuada. Os que vão herdar a falta de visibilidade que se teve, ao conduzir uma resolução de problemas a curto prazo deixando de se obedecer a princípios básicos de igualdade, solidariedade, valor de uma comunidade, valores éticos, valores morais.
Algo está a andar ao contrário!
Olhem para baixo e vejam com olhos de ver aquelas crianças com olheiras, emagrecidas, roupas usadas e envelhecidas, que contrastam com o brilho de uma pele jovem, cabelo desgrenhado e olhar perdido… Estas são as crianças de quem nos estamos a esquecer com este desenfreado crescimento económico. Com este défice. Com esta luta para que elas paguem pelo erro que não foi cometido por elas.
Caramba vocês não vêem? Vocês aí de cima! Olhem para baixo só um segundo. Olhem com o olhar de quem pode fazer algo… mas não faz!
Seria mais fácil fingir que não vejo. Seria mais fácil fingir que não existe. Eu sei que não posso resolver todo o problema que existe no mundo, eu sei que não posso valer a todas as situações. Eu sei que o sofrimento existe e sempre irá existir. Eu sei...
Como diria alguém, “…É o mundo que temos…”. Raios! Mas eu queria que este mundo não fosse assim! Este mundo está velho, velho, velho…
Queria um Mundo em que se zelasse pelo bem estar das crianças colocando-as à frente de preconceitos, de economias, de poder, ... Colocando-as à frente, acreditando nelas e no seu futuro.
Mas que sociedade é esta que não protege as crianças? Em que elas não podem brincar livremente nas ruas? Em que elas muitas vezes nem possam sequer brincar?
Eu tento muitas vezes, tal como todos, não pensar nisto, evitar estes pensamentos enevoados, mas tem dias que o meu coração se solta e grita. NÃO! EU NÃO CONSIGO!