Educação Sexual para todos
Dei por mim a pensar num assunto que julgo de alguma pertinência, embora alguns o encarem como polémico.
Existe desde há uns anos educação sexual nas escolas, normalmente incluída na hora de “Educação Cívica”, e segundo a opinião do meu filho é falado sempre o mesmo. Todos os anos falam sobre a biologia e a técnica da coisa, algo que já faz parte dos programas das disciplinas de Ciências e Biologia, mas esquecem o mais importante, os afetos, como lidar com a pressão, como lidar com o sentimento, como gerir todo o turbilhão de emoções próprios da idade e a quem pedir ajuda, se for caso disso. Ademais, esquecem também de evoluir a explicação consoante a idade. Um adolescente do 7º ano não tem o mesmo desenvolvimento mental de um adolescente do 9º, ou 10º anos.
Dá-me ideia que em muitos casos se pede a um profissional de saúde que vá à escola falar sobre o tema, esse profissional faz uma apresentação em Power Point , conta mais uma sessão de apresentação no programa de saúde escolar, onde o número de apresentações é sempre muito importante, porque todos sabemos que o que é importante são os números. Mas depois não há seguimento, a sessão é isolada. Pode, eventualmente, até existir mais do que uma sessão mas sem grande aprofundamento. E pronto, já foi feita educação sexual e professor e profissional de saúde respiram fundo.
Mas e será que os alunos respiram fundo?
Não é o sentimento que me passam os adolescentes com que contacto.
Além disso, há outra parte muito importante que é esquecida, e aí sim, muitas mentes explodirão!
E para os adolescentes cuja homossexualidade se está a manifestar?
O que é feito?
Será que por serem uma minoria não merecerão a dita “educação sexual”?
Estamos no séc. XXI onde o casamento com pessoas do mesmo sexo é permitido, mas ainda falta muito para que exista aceitabilidade e inclusão dessa minoria.
Lidar com a descoberta de que se gosta de alguém do mesmo género sexual não é fácil nestas idades, até porque existe o menosprezo por parte dos pares, e muitos ficam com um nó na cabeça.
Será que não os poderíamos ajudar?
Será que incluindo esse tema na educação sexual nas escolas e encarando-o naturalmente, como deve ser feito, não seria melhor para todos?
Diminuiria o menosprezo, o bulling, a exclusão e os preconceitos.
Provavelmente vale a pena pensar nisso.