E continuo com o meu diário da viagem a Lanzarote. Acho que deve dar para perceber o quanto gostei de lá estar. Como as fotos e o que queria deixar sobre a ilha ainda é alguma coisita resolvi dividir por partes, esta é a última. Se alguém ainda estiver indeciso para onde ir espero que tenha ajudado na decisão ;)
Apesar de ser uma zona essencialmente turística reina a calma, as praias não estão à pinha e pode disfrutar-se de bons momentos relaxantes. A simpatia dos seus habitantes é genuína. Aconteceu-me precisar de ir ao WC num supermercado e perguntar "dónde estánlos asseos?" a funcionária, a quem me dirigi, pediu-me para segui-la e qual não foi o meu espanto quando me levou para à zona reservada a funcionários! E ai pude respirar de alívio... =) Sempre dispostos a ajudar e com um sorriso pronto.
As estradas por lá são óptimas, bem alcatroadas e retinhas a perder de vista, tais como esta,
As casas são todas baixinhas e pintadas de branco contrastando muitas vezes com a paisagem negra e vulcânica. A descaracterização é algo interdito, e mesmo na capital, Arrecife, as casas não são altas. Em toda a ilha só existe um prédio alto, e que é odiado como um intruso asqueroso!
Os montes não são iguais, decidem brindar-nos com a diferença de cor e da forma,
A cor da água e o seu brilho que nos acende o olhar,
Encontramos histórias perdidas como a do Vale das Mil Palmeiras. Onde em épocas idas se plantava uma palmeira por cada criança do sexo feminino que nascesse e duas por cada criança do sexo masculino, o que fez com que o vale de Haría se transformasse numa magnífica paisagem,
E claro como não podia deixar de ser um pôr do sol lindo a tentar despedir-se de nós...
E o meu tento despediu-se da ilha com um - até sempre... porque eu tentarei voltar e espero conseguir...
A mística da ilha de Lanzarote assenta na crença, de alguns, que ela será o cume da perdida cidade de Atlântida.
Seja como for é certo que a vida nem sempre foi fácil para os seus habitantes, primeiro porque ficavam na rota dos piratas e eram muitas vezes saqueados por estes, depois porque eram uma colónia desejada pela sua localização ficando apenas a 70 milhas de África. Até o nosso Infante D. Henrique enviou mercenários à ilha para afugentar de lá os seus habitantes. Mas teve azar! Eram duros.
Também há o facto de não existirem na ilha nascentes, a água, em tempos remotos, tinha que ser transportada dos navios pelos camelos. Agora esses camelos são usados para fins turistícos, quem quiser pode ser sacudidinho no lombo de um. Eu passei!
Para acrescentar a estes factos ainda há o grande cerne da questão, ali, naquele pequeno espaço de terreno com mar à volta, existem cerca de 300 vulcões!!! Um deles esteve em actividade 19 dias ininterruptamente e com uma erupção que durou 6 anos e que acabou em 1736! Esta erupção há relativamente pouco tempo (276 anos neste caso não é muito) modificou por completo a paisagem da ilha. Ficou com um ar de lua e árida.
Onde se nota este ar de lua, e de onde foram retiradas imagens para que os astronautas da Apolo13 se preparassem para a paisagem lunática, foi no parque de Timanfaya.
A visita a este parque é feita num circuito em autocarro, nada de carros pessoais lá. O autocarro pára em pontos específicos mas não deixa ninguém sair. É uma zona protegida. As fotos que conseguimos tirar foram de dentro do autocarro, portanto não fosse já a qualidade da máquina ainda houve este senão. Mas acho que dá para ter uma ideia. AH! Em muitas das fotos retiradas nota-se o ar de neblina, pressuponho que seja pelo vento presente na ilha que espanta a poeira do chão.
Uma cratera dos muitos vulcões que vimos.
Um desses vulcões, não completamente extinto, é aproveitado para que um pequeno restaurante realize aí alguns grelhados aos turistas das excursões demonstrando como a terra ainda arde ali, mesmo por baixo de nossos pés!
Não comi o grelhado mas tirei foto ao ferro em brasa.