A polémica de educar
Imagem retirada da internet
Castigar ou não castigar os nossos filhos?
E como é que se castiga?
Como se educa?
Qual a fórmula mágica?
Qual a melhor ideia?
Muitas questões nos surgem quando se trata de educar os nossos filhos. E as que escrevi acima são só algumas das que vão emergindo ao longo da função mais exigente da vida. Educar.
E porquê a mais exigente?
Porque nós, os pais, queremos ser perfeitos e queremos a perfeição para nossos filhos, e claro, ansiamos o melhor para eles. Além disso, para grande parte desses pais "exibir" a sua prole faz parte da perfeição. Nem que não tenham consciência disso. Gostamos de exibir os nosso filhos. Não neguemos.
Ora a perfeição só existe nas nossas cabeças e é simplesmente inatingível.
Ao ler uma entrevista de um polémico pediatra de Barcelona, Carlos Gonzalez, que também é discutida no Blogue "Pais de quatro", verifica-se que este senhor doutor é contra as punições e demasiados limites e regras. É a favor da liberdade. Ao ler a entrevista fico com algumas perguntas no ar, nomeadamente no que diz respeito a deixar dormir as crianças na cama dos pais. Algo que me parece, para ambos os lados, crianças e pais, nada aconselhável. Mas a verdade é que não há verdades absolutas.
O meu filho teve uma fase, por volta dos três anos, em que tínhamos que nos levantar imensas vezes durante a noite para acalmá-lo. Não se mudava para a nossa cama, parecía-nos, na altura, que não era adequado e sobretudo nada confortável. O que fazíamos era elevar o nosso corpo cansado, do nosso amado leito, e seguíamos a cambalear, até ao leito dele, e ali, tentávamos que ele sossegasse e falasse sobre o que o estava a atormentar. Normalmente um pesadelo que ouvíamos com toda a paciência que se podia ter de madrugada. Como é óbvio a conversa terminava com ele a falar sozinho e nós a dormir a sono solto, até que o crianço adormecia consolado com a companhia inusitada. Não nos passou pela cabeça deixá-lo com o seu pesadelo e obrigá-lo a calmar-se sozinho. Aquilo em que acredito é que sempre lhe demonstramos que estamos aqui para ajudar, nem que seja às 3:00 da manhã! E quem é que já não precisou de consolo porque teve um pesadelo?
Quando eu era pequena teria agradecido que me aliviassem as preocupações que muitas vezes me acordavam à noite. E à falta de paciência, e da teoria antiga "desenrasca-te que te fortalece o caráter", muitas noites passei sem dormir e só na fase adulta consegui deixar de adormecer com alguma luminosidade.
Como é que seríamos capazes de deixar o nosso filho chorar sem lhe dar apoio?
Quanto a deixá-los não comer verduras se assim não quiserem.
Poupem-me. Não é que faça "cavalo de batalha" das verduras e da sopa. Prometi não forçar o meu filho a comer nada. Mas não forçar não pode significar não insistir, e não educar para uma alimentação correcta! Que é um dos temas cruciais da sociedade moderna. Por isso, insisto, sim, com verduras, com fruta, com moderação nas batatinhas fritas e nas bolachinhas, e claro, com o que acho que é uma alimentação saudável. Se assim não fosse isto virava uma anarquia alimentar! Portanto, para mim este ponto é muito discutível para ser dito por um médico, principalmente com a especialidade de pediatria.
Quanto às punições e castigos.
Outro tema que já fui falando aqui e acolá na Blogosfera. Não somos a favor da "palmada educativa". Se tenho vontade de lhe dar uma palmada?
Ó tantas e tantas vezes! Não somos santos!!! Mas houve, e há, um pensamento, que temos que sempre o evitou. E na hora "H" faço-me lembrar dele - Se não bato a um colega que me irrita (e muitas vezes mais), a um alguém que está a ser parvo, estúpido, anormal e que merece todas as palmadas educativas do mundo. Se não faço àquele energúmeno que merece, porque o hei-de fazer ao meu filho que amo? A ele que merece o meu respeito? -
Além desse pensamento também resulta ser rendida quando estou a perder a paciência, e vale o mesmo para a parte oposta. Se por acaso a outra metade não está em casa tenho por norma, quando vejo que a coisa está a aquecer, de pedir um tempo para que ambas as partes, filho e mãe, se acalmem. Existindo depois um prolongamento da discussão, após o período de reflexão de força maior.
Temos tido sorte com esta "teoria" e felizmente a criatura cai em si na maior parte das vezes, e nas outras tantas somos nós que percebemos que estamos a exagerar. Ambas as partes estão habituadas a pedir desculpa se for caso disso.
As birras do meu filho contam-se pelos dedos de uma mão. E todos referem que é uma criança, agora adolescente ou aborrecente, simpático e educado (eu sou suspeita). Não é perfeito, mas que é? Aliás, felizmente que não o é!
E agora aqui entre nós, qual o adulto que já não fez uma birra? Algumas até bem piores que de muitas crianças. Por isso, nada de atirar pedras quando se tem telhado de vidro.
No resumo de tudo isto vos digo, não tentem encontrar a fórmula mágica de educar. Ela não existe! E cada um terá a sua maneira consoante as suas convicções e a criança que tem à frente. Pois o que funciona com um, pode não funcionar com outro. Mas existem regras fundamentais. Os nossos filhos merecem ser amados, respeitados e nunca humilhados.