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Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

Educação Sexual para todos

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Dei por mim a pensar num assunto que julgo de alguma pertinência, embora alguns o encarem como polémico.

 

Existe desde há uns anos educação sexual nas escolas, normalmente incluída na hora de “Educação Cívica”, e segundo a opinião do meu filho é falado sempre o mesmo. Todos os anos falam sobre a biologia e a técnica da coisa, algo que já faz parte dos programas das disciplinas de Ciências e Biologia, mas esquecem o mais importante, os afetos, como lidar com a pressão, como lidar com o sentimento, como gerir todo o turbilhão de emoções próprios da idade e a quem pedir ajuda, se for caso disso. Ademais, esquecem também de evoluir a explicação consoante a idade. Um adolescente do 7º ano não tem o mesmo desenvolvimento mental de um adolescente do 9º, ou 10º anos.

 

Dá-me ideia que em muitos casos se pede a um profissional de saúde que vá à escola falar sobre o tema, esse profissional faz uma apresentação em Power Point , conta mais uma sessão de apresentação no programa de saúde escolar, onde o número de apresentações é sempre muito importante, porque todos sabemos que o que é importante são os números. Mas depois não há seguimento, a sessão é isolada. Pode, eventualmente, até existir mais do que uma sessão mas sem grande aprofundamento. E pronto, já foi feita educação sexual e professor e profissional de saúde respiram fundo.

 

Mas e será que os alunos respiram fundo?

 


Não é o sentimento que me passam os adolescentes com que contacto.

 


Além disso, há outra parte muito importante que é esquecida, e aí sim, muitas mentes explodirão!

E para os adolescentes cuja homossexualidade se está a manifestar?

O que é feito?

Será que por serem uma minoria não merecerão a dita “educação sexual”?

Estamos no séc. XXI onde o casamento com pessoas do mesmo sexo é permitido, mas ainda falta muito para que exista aceitabilidade e inclusão dessa minoria.


Lidar com a descoberta de que se gosta de alguém do mesmo género sexual não é fácil nestas idades, até porque existe o menosprezo por parte dos pares, e muitos ficam com um nó na cabeça.

Será que não os poderíamos ajudar?

Será que incluindo esse tema na educação sexual nas escolas e encarando-o naturalmente, como deve ser feito, não seria melhor para todos?

Diminuiria o menosprezo, o bulling, a exclusão e os preconceitos.


Provavelmente vale a pena pensar nisso.

 

 



Andar aos papéis

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 Imagem retirada daqui

 

 

A burocracia é algo que transforma o fácil em difícil, ou até mesmo em desesperante. E é desde muito cedo que se começa a complicar...

 

O meu filho partiu, inadvertidamente, o cartão de estudante, como tal, foi à secretaria da Escola para tratar de um novo cartão. Óbvio. O que não foi óbvio foi o que se passou a seguir.

 

  • Da secretaria mandaram-no à papelaria.
  • Na papelaria deram-lhe um papel para eu assinar.
  • O papel veio para casa e lá o assinei.
  • A seguir ele vai à secretaria, e nesta ficam com o papel assinado e dão-lhe outro papel e mandam-no à papelaria outra vez!
  • Na papelaria, segundo ele diz, fazem umas coisas que ele não percebe, dão-lhe um talão, cobram 3.50 € (que antes só custava 1.50€) e recambiam-no para a secretaria.

E só aí, finamente lhe dão o cartão!

 

 

Agora pergunto eu, com menos papel não seria possível colocar o preço do cartão mais barato?

Afinal e as preocupações com o ambiente, com tanto gasto de papel e de solas de sapatos, como ficam?

Comodismo & pensamento critico

 

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 Alguém das minhas relações familiares contou-me um diálogo interessante que teve com os seus alunos. É com a sua autorização que publico o teor desse diálogo agradecendo o facto de poder partilhar com outros algo que considero importante para análise.

 

O professor em questão dá aulas no Ensino Superior, e isso é uma questão importante a ter em conta. Sendo uma pessoa bem humorada e que tenta incutir aos seus alunos um certo espírito crítico e uma certa capacidade interventiva, resolveu numa aula fazer o seguinte;

- Meus caros, arrumem as coisas de cima da mesa que vamos ter o mini teste tal como combinado.

E importa para aqui saber que não tinha sido combinado absolutamente nenhum mini-teste! O professor assistiu primeiro ao sorriso dos alunos, a pensar que era uma brincadeira, mas estes, após observarem a seriedade da face do docente, resolveram fazer o que lhes fora dito.

Depois de tudo arrumado  o docente não resistiu ao comentário.

- Mas será que ninguém reage? Ninguém argumenta?

Ouve-se uma voz

-  Oh. Adianta bem!

Continuando a insistir em algum argumento mais consistente.

- Já tentaram? Será que combinamos mesmo algo?

Outra aluna

- Hummm... eu bem me parecia que não tínhamos combinado nada. Mas o professor é que sabe.

- Mas não há ninguém que me tente convencer argumentando?

Pois! Se pensarmos bem talvez seja por isso que o país está assim! Não há reacção! Não existe capacidade argumentativa. Parece só existir o façam e faz-se sem reagir!

 

E atenção aqui fala-se numa reacção com poder de dissuasão, com coerência e com lógica. Obviamente não é um refilar por refilar.  Se pensarmos bem o ensino é todo ele muito mecanicista. O professor diz, os alunos fazem! Aumenta-se os testes escritos até à exaustão e suprime-se a parte da experiência, da demonstração de conhecimentos argumentando, falando, contrapondo e discutindo!

 

Com 30 alunos por turma o ensino está a suprimir cada vez mais a parte em que se fornecem instrumentos aos alunos para que estes possuam um certo espírito crítico, uma capacidade argumentativa e um poder de oratória.

 

E indo ao fundo da questão talvez por aqui ainda existam os frutos de 40 anos  de ditadura. O professor ordena e os alunos devem obedecer sem argumentar. Assiste-se também à outra face da moeda. O professor ordena e os alunos não fazem refilando e sendo mal educados! Reagindo negativamente porque não têm capacidade de pensar! Porque reagem mal à autoridade e à obrigatoriedade. Alguém já parou para pensar, e se o ensino fosse diferente, será que esses mesmos alunos reagiriam assim?

 

Tentamos em casa dar poder argumentativo ao meu filho. Às vezes é uma desgraça lidar com a sua argumentação e capacidade insistente de dissuasão. Mas é isso! Lidar com alunos que argumentem, que contraponham dá trabalho! Até porque nos obriga a nós contrapor e treinar a nossa própria capacidade argumentativa. E não há professor que aguente com 27-30 alunos assim! Nem o sistema de ensino está preparado para tal! Tudo à nossa volta está preparado para criar marionetas! Nós somos marionetas que nos deixamos levar pelo sistema e, involuntariamente, criamos marionetas. E isso é assustador!

Artes e artimanhas

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O desenho que está acima para pintar parece que foi fotocopiado por uma zelosa Educadora de Infância para que as crianças possam aprender a pintar, não é?

Pois… mas na verdade não. O desenho foi fotocopiado por uma professora de Educação Visual do 8º ano, justamente a professora do meu filho de 13 anos, como um dos muitos trabalhos do género para fazer em casa!

E agora estão a perguntar se o miúdo se teria portado mal na aula para ter semelhante castigo? Um trabalhinho da primária!

Não malta, o que se passa é que a dita professora é consumidora assídua de atestados. E digo consumidora porque na realidade a senhora, ao que consta, não está doente, apenas não tem é transporte próprio e como tal depende de boleias, coisa que não tem sempre, porque, e aí sim, a pessoa que lhe dá a boleia está muitas vezes doente. Mas mesmo que estivesse doente isso não vem ao caso, o que me traz aqui é a atitute dela.

Resumindo, a professora em questão no primeiro período deu, mais coisa menos coisa, cerca de 4 aulas. Neste segundo período, e contando com o dia de ontem, 3 aulas!

E como é que ela avalia os alunos?

Eu elucido. No primeiro período, numa das últimas aulas em que esteve presente, mandou fazer uns trabalhos em casa. De atacado, género “a entregar na semana a seguir”! Coisas básicas. Nada de jeito e que fomentasse a aprendizagem mas que dão trabalho a fazer. Que, alguém me corrija se estou errada, mas as aulas são para aprender, ou não?

Tudo bem… olhei para o céu e assobiei para o lado. Neste segundo período é que já chega! Primeiro porque assobiar para o lado não é mesmo do meu feitio! A senhora deu 2 ou 3 aulas manda uns trabalhos sem jeito nenhum para fazer em casa só para ter algo com que avaliar os alunos!?!

Se fosse um trabalho começado na aula e que se desse continuidade em casa, ainda vá lá. Mas trabalhos para pintar e fazer colagens!!! Poupe-me! Está tanto professor no desemprego a querer dar aulas, a saber ensinar, e está esta senhora a não ensinar e a fazer que faz!?
Se não deu as aulas não avalia. Ponto. O meu filho até pode ter negativa mas não vai entregar estes trabalhos! E se o resto da malta quiser continuar a ser conivente com estas atitudes temos pena. Talvez seja este um dos pequenos indícios da razão de portugal ser o que é. Um paraíso para a chico espertice!

Se por um lado temos uma professora com uma atitude cívica vergonhosa, por outro temos pais que fazem os trabalhos pelos filhos (porque na conversa com outros pais soube que é isso que fazem) só para que os meninos os entreguem a tempo e tenham boa nota. Não. Não é para isso que o meu filho anda na Escola! Ele anda lá para aprender. E ao contrário da maioria considero a disciplina de Educação Visual importante. Caramba! Ter noções de profundidade, de perspectiva e arte é importante!

Resumindo as mães ajudaram os seus filhos, pintaram por eles os trabalhos, e só dois pais foram falar com a Diretora de Turma! Isto pode não ser nada mas talvez espelhe a treta de gente que temos que só se sabe queixar mas não faz NADA para que as ciosas mudem!

Sabem dizer que a professora “é uma miséria”, “que isto não tem jeito nenhum”, “onde já se viu só dar 2 aulas e mandar trabalhos assim? “, e muito mais que ouvi. Mas na hora de tomar uma atitude o que fazem?

Pintam eles os trabalhos e ajudam os descendentes para que sejam entregues como a menina que faz que ensina pediu! Eu ajudo quando vejo que faz sentido ajudar, neste caso não faz sentido nenhum!

NÃO! O meu filho não faz! E eu assumo esta negativa, e ele, depois da devida conversa, também. Agora vamos é ver se isto fica assim… e depois chamem-me rebelde que eu respondo. Com muito gosto!!

Eu exijo, peço e imploro respeito para com os professores da parte do meu filhote, mas espero o mesmo do lado de lá! E esta atitude da professora de Educação Visual demonstra uma falta de respeito para com pais, alunos e comunidade Escolar.



A Juventude de hoje

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Existe uma frase que ouço pronunciar vezes sem conta, que é;

"A Educação começa em casa"

Não obstante eu ser a favor dessa máxima acho que a Escola também tem um papel fundamental na Educação devendo começar-se por dar o exemplo, e não tratando os jovens alunos como se fossem lixo, ou então como se fossem transparentes ou uma grande maçada. É que se não fossem os alunos não existiria futuro nem emprego para os maçados.

 

Por diversas vezes apreciei cenas tristes protagonizadas por auxiliares e alunos (e provavelmente também existirão com professores). E diz-me a experiência que o primeiro passo para se ser respeitado é respeitar. Com que audácia se exige respeito quando não se sabe o que é isso?

 

Também já não é a primeira vez que o meu jovem filho se queixa de acharem que ele é transparente. Por exemplo, quando vai à frutaria as senhoras passam-lhe à frente como se ele não existisse, e se não fosse a dona da frutaria ele ficaria para trás sem nada dizer.

 

Na sua escola também é habitual serem tratados com indiferença, ou até mesmo antipatia, por alguns funcionários. Ontem foi a gota de água na sua indignação. Ele tinha que se dirigir à secretaria para carimbar um papel, bateu à porta e esperou um pouco pela resposta que não veio... Abriu a porta à cautela, entrou e ninguém olhou para ele. Tudo continuou como se ele não estivesse ali! E como tudo estava de cabeça baixa ele não queria atrapalhar, isto a somar à fase da "vergonha/timidez" que o atormenta. Passado algum tempo (para ele infinito), sem que ninguém levantasse a cabeça dos papeis e olhasse para ele, lá sai a pergunta

"O que queres?"

"Queria carimbar este papel por favor"

Estendem a mão, SEM LEVANTAR A CABEÇA E SEM OLHAR para o jovem que tinham à frente, dizem,

"Dá cá"

O miúdo caminhou até à mão estendida, desprovida de olhos, corpo e alma, e muito menos educação e respeito. Vê-a carimbar o papel e estender-lho de volta.

"Obrigado" diz o jovem sem obter mais nada daquela mão.

 

Como é lógico ficou escandalizado com a atitude das funcionárias que nem um olhar e uma palavra mais agradável lhe dirigiram! Ficou ele e o colega que o acompanhou na aventura até à secretaria!

 

Como? Dizia ele, COMO podem atender uma pessoa sem olhar para ela? Já nem digo um sorriso. Nem que fosse amarelo. Mas sem olhar???!!!

 

Pois é meu filho, e como te explicar que para aqueles funcionários tu nem és pessoa?

Acham que não devem respeito a fedelhos! E eles é que acabam por se transformar em fedelhos e fedelhas!

 

Voltem a dizer-me a frase "A juventude de hoje..." com ar depreciativo que me salta a tampa! Juro que salta!

 

 

Atendam! Está a tocar o passado.

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Se existe tema polémico a seguir a "religião" é a "educação".

Como educar?

Qual a fórmula mágica?

Qual a melhor coisa a dizer e a fazer?

____? E outras tantas questões, pertinentes e muito válidas, que se queiram colocar neste espaço em branco.

 

E eu tenho um grande problema quando se discute algum tema deste género. Polémico. Há argumentos que não me convencem. E um deles é "No meu tempo não era assim...".

 

Não consigo entender esta prisão  ao passado. Não consigo entender que deveríamos tenders a evoluir, a caminhar para a frente (embora esse para "a frente" pareça ser dois passos atrás). Mas não dá para regressar aquilo que foi "no nosso tempo". Não com aquilo que já sabemos hoje. Pode até ficar parecido, mas não igual. O conhecimento foi alterado.

 

Isto tudo porquê?

 

Na semana passada foi outra vez notícia um telemóvel numa sala de aula. A professora tirou o telemóvel à uma pirralha de 11 anos, e os pais da pirralha, que entretanto lhes telefonara no intervalo a dizer que tinha sido agredida pela professora, entram Escola adentro e apanham a Sr.ª Professora desprevenida com duas estaladas.

 

Escola?

Do Cerco no Porto.

 

Inevitavelmente, e pelo contexto social da comunidade onde está inserida, não é uma Escola qualquer...

Mas esse problema do telemóvel já não é de agora e nem único desta Escola.

E muitos foram os que disseram à mesa de discussão num jantar familiar. Os Telemóveis deviam ser proibidos nas Escolas, no meu tempo não era assim! No meu tempo não havia telemóveis e também sobrevivemos. O engraçado é que nenhuma dessas pessoas me quis dar o seu telemóvel... Adiante, outra solução para este problema telemóvel vs obediência foi proferida assustadoramente à boca cheia "Devia acabar a democracia!!".

O quê!!!???

"Sim! Devia acabar a democracia pelo menos por um ano para tudo isto ir aos eixos!!!"

 

Sosseguem almas, não sou familiar de Manuela Ferreira Leite, mas tive dúvidas se não seria um clone.

 

Claro está, que quem fala assim à boca cheia nunca teve que lutar pela liberdade.

 

Mas será que nestes casos a proibição será solução?

Será que os castigos físicos praticados pelos professores, e também defendidos por alguns na "mesa de discussão", serão a solução?

Incutir medo será solução?

 

No meu tempo havia mais respeito!

Hummm... Será que na grande maioria dos casos não seria medo?

 

Muito se discute sobre o facto dos professores estarem a perder a autoridade. Mas será que a proibição é o caminho?

Não estou a dizer que não devam existir regras. Sim. Estas devem existir e ser cumpridas!

Mais. Os castigos também. Para alunos, e porque não para os pais, se o mau comportamento for grave. Mas daqueles castigos em que se retira alguma aprendizagem. Como é que se sente alguém  limpar o que o aluno sujou. Serviço comunitário e outras coisas em que o aluno pode ser útil. Devem existir regras mas sobretudo deve incentivar-se o bom comportamento, este deve ser incutido, fomentado. Não pelo medo mas pelo respeito, por civismo, por educação.

Mas como se consegue isso com turmas de 30 alunos?

Simples.

Não se consegue.

 

Como se educam filhos se estamos pouco ou nenhum tempo com eles?

Simples. Outros o fazem por nós, e talvez não da melhor forma...

 

E quando estamos com os filhos estamos a discutir sobre os TPCs e enquanto o tempo passa  chega a hora do João Pestana. 

 

Admito no entanto que esta questão do telemóvel e a atitude a tomar não é fácil. E a comunidade em questão também não. E claro, neste imediato não passa outra coisa pela cabeça senão a de proibir os alunos daquela Escola de os levarem de todo. Resultará? Não levarão mesmo? Passaremos de certeza a transferir o conflito para outro local.

 

Será que não há outra forma de educar/ensinar que não seja a proibir, a incutir medo, a controlar?

 

Pois é... sou uma utópica. Eu sei. Mas afinal não é a utopia que nos faz caminhar?

E ao dar o primeiro passo já estaremos a avançar!

 

Pena que ultimamente os passos sejam de tartaruga com artroses, cansada e velhota.

Ainda os concursos...

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Felizmente o meu filho tem os professores todos desde o início do ano lectivo e parece-me que por aqui, neste fim de mundo, não ouve grandes problemas. Também há que variar um pouco...

 

O que sei é que hoje depois de ler o post do Jorge no blogue "O que é o Jantar?" a explicar que a sua filha ainda não tem professor de matemática e a seguir ler no Jornal Público que um professor tem um novo recorde de 95 horários!!! Novo recorde porque antes tinha sido colocado em 70 Escolas! Achei mesmo que como isto têm andado no nosso país só nos podemos rir. E, por isso, não nos podemos queixar pois falta do que rir não há.

 

O grande problema desta história é que este professor está nos Açores, que tem concursos próprios, e de onde ele não quer sair. Acontece que o mecanismo do tal BCE (Bolsa de Contratação de Escola), que se tem revelado uma enxaqueca, e o cruzamento da situação pessoal desde professor em particular revelaram-se um filme surrealista. O Professor até já desistiu do concurso mas por qualquer razão estão a ser-lhe oferecidos mais 95 horários que ele não quer. Mas não são colocados novos professores enquanto ele não colocar no sistema, na sua página pessoal da DGAE, que recusa a vaga numa opção que ele deixou de ter porque afinal até já tinha desistido do concurso!!!

E isto dá para acreditar? Comédia?

 

Nunca os Ministros da Educação gozaram de boa imagem. Mas acho que este bate aos pontos qualquer um! Acho que numa nota de 0 a 20 para dar a este Ministério talvez um -10 não lhe chegasse.

 

Excesso de ideias...

 

Como vem sendo meu hábito, e enquanto a casa dorme, costumo ler "as gordas" de manhã enquanto tomo o pequeno almoço.

 

Talvez seja um mau hábito já que com tantas más notícias pode dar-me uma indigestão. Além disso, poderá não ser uma boa maneira de começar o dia... mas enfim hábitos são hábitos e este é o meu.

 

E o que li hoje que me fez imediatamente teclar furiosamente?

 

Li que agora que se paga a autarquias, o que eles chamam de "compensação financeira", que tenham menos professores do que os necessários!

O que me leva a uma pergunta que julgo ter lógica.

 

Esta gente terá hábitos bem piores que os meus ao pequeno almoço, não?

Devem de certeza ingerir algo que os faça ter umas ideias bem alucinantes!

 

Trocar humanos por dinheiro. Menos humanos mais dinheiro. E com mais dinheiro e menos humanos, teremos humanos com menos qualidade de ensino, menos tempo dedicado a quem tem mais dificuldade em aprender, menos eficiência no aprender. Menos de tudo portanto. A única coisa que é a mais é o número de alunos por sala de aula.

 

O que eu percebo é que o que está a dar é ter menos filhos. E querem eles aumentar a natalidade... colocar filhos no mundo para ser Governados estranhamente por ideias ainda mais estranhas?

Pessoas que não sabem ver mais longe que um centímetro à frente do nariz?

De qualquer das formas já percebi a ideia de aumento da natalidade. É a promoção de exportação. Claro! Temos filhos para os exportar. Mas se apostarem num bom ensino exportarão "carne humana" com mais qualidade. E nem nisso vêm mais à frente...

 

Neste ensino da caca, perdoem-me a expressão mas é de facto a mais adequada, sobrará quem tem uma capacidade de aprendizagem acima da média e pais que os ajudem em casa. Resumindo, acho que estamos a ir para trás uns tantos anos. E à velocidade da luz!!!

 

O que eu não entendo é uma coisa. Este Governantes andam sempre a citar o exemplo dos Nórdicos mas quando chegam cá fazem exactamente ao contrário!!! O que me leva a uma conclusão. Eles foram fazer férias na neve com dinheiro público.

 

Se fossem mas é fazer férias à Sibéria e tentassem plantar batatas num bananal é que brilhavam! Se bem que o que tentam fazer com Portugal é algo bem parecido com plantar batatas num bananal... e adivinhem que são os bananas?

 

 

 

Provar ou não provar? Eis a questão

 

O Sr. Ministro Nuno Crato, que dizem as más línguas já foi professor, mas eu não acredito, refere que "nenhum professor qualificado tem de ter algum receio" da tão polémica prova de avaliação. E para tentar, sem conseguir, suavizar os ânimos alega que em outras profissões também existem provas de, nem sei o nome da coisa, digamos, "Provas de qualificação".

 

A ideia é fazer com existam pessoas mais qualificadas nas Escolas. Mas esperam aí! Então o que andou esta gente a fazer na Universidade, cujos cursos são (ou deveriam ser) avaliados, currículos revistos, e sei lá que mais? Não será passar também atestado de imcompetência às próprias Universidades? Não será um pouco de paranóia por provas e testes?

 

Bem, na minha profissão, e desde que me formei, já perdi a conta a quantas provas e testes já fiz. No entanto, essas  provas foram sempre decorrentes de alguma formação ou curso, realizado por mim e para aumentar os meus conhecimentos em determinada área, ou para realizar uma determinada tarefa mais específica à qual me quero candidatar. Penso que com os Professores também será assim.

Ok, eu sei que para entrar na Ordem dos Advogados a tarefa é complicada e além de provas, esta envolve também a frequência de aulas. Na ordem dos Engenheiros também envolve encargos. Mas se não quiserem entrar na ordem podem exercer cargos para os quais a frequência Universitária os capacitou. Não podem é ser denominados de Advogados (nem exercer a Advocacia) nem Engenheiros e diz-se antes que têm uma Licenciatura em Direito e uma Licenciatura em Engenharia, respectivamente. 

 

Quanto a prestar provas de qualificação para determinada tarefa, como por exemplo para dar aulas, mesmo após ter saído de uma Universidade onde presumivelmente se ministram conhecimentos que capacitem para a sua realização, eu sugiro o seguinte, e já que o Sr. Ministro refere que existem essas tais provas em outras profissões. Proponho que existam provas de qualificação para se ser Ministro. Aliás, deveriam além de realizar a tal prova, efectuar também testes psicológicos, é que desconfio (tenho a certeza) que anda para aí muita gente marada com cargos que detêm o poder de mexer com a vida de um povo! Mas isto sou eu no suponhamos...

 

 

Imagem retirada da net, obrigada a quem as disponibilizou

 

 

A vida começa agora

 

 

A Escola é o centro de tudo. Ali começam as nossas vidas, ali começa quem nós seremos, ou não seremos, e ali também começa a rejeição.

 

Na turma de meu filho, com 28 alunos, tema que já discuti por aqui, existem por lá 5 alunos que não deixam que as aulas avancem. Desde expulsões da aula, coisa mais que habitual nos tempos que correm. Até alunos que se pegam na aula à murraça. Ainda bem que pelo menos a murraça é entre eles.  Acontece de um tudo! Falo de alunos de 12-13 anos.

 

No conselho de turma esses alunos estão "marcados" como problemáticos e aí começa a sua integração no Liceu.

 

Os restantes pais (os que se importam com os resultados dos seus filhos) começam a ficar preocupados com o facto dos seus educandos estarem a ser prejudicados tão somente porque existem miúdos que acham que ser-se fixe é ser-se mal comportado e ir para a rua. Ou, Ser-se fixe é estar constantemente a interromper o normal decorrer da aula com baboseiras e graçolas.

 

O que fazer perante esta situação? Situação esta que, no fundo, foi criada pelo próprio conselho executivo! E que também já falei por aqui.

 

Alguns sugerem que na reunião de pais, convocada para a próxima semana, para tentarmos intervir, se deva redigir um documento a pedir que estes alunos sejam separados e colocados cada um em sua turma por forma a demonstra-lhes que não podem fazer o que querem e que daí advém sanções. Além disso, ajudaria no número execessivo de alunos e sem equidade com as restantes turmas. Coisa que eu tenho a certeza que o conselho executivo vai assobiar para o lado.

 

Mas tudo isto me coloca a pensar. Sou mãe, estou preocupada com a aprendizagem do meu filho, que obviamente nestas condições não está a decorrer de forma conveniente. Mas não posso deixar de pensar naquelas crianças! O que se passa por detrás deste seu comportamento. Será só má-criação?

 

Eu conheço dois desses miúdos. Um é uma criança super educada e prestável sempre que vem cá em casa. O outro também não lhe fica atrás. Então que se passa?

 

Um foi adoptado com 12 anos, está há um ano e meio com a nova mãe, e não teve uma vida fácil. A sua maneira de ver as coisas e a sua forma de se integrar é esta.  Achar-se fixe da pior maneira.  Outro é filho de uma mãe jovem, e que foi mãe mais jovem ainda ficando só com essa responsabilidade. E cada um à sua maneira tem de facto algo no seio familiar que indique alguma disfuncionalidade ou algo a ser visto e trabalhado.

 

Mudá-los de turma resolve o problema? No imediato, e para os filhos de quem fica sim. E para as crianças que saem?

 

Alguém me disse hoje que não podemos defender sempre os "coitadinhos" e que os outros não devem ser eternamente prejudicados por eles. Pois os "coitadinhos" têm tudo. A esta altura já deviam ter chumbado por faltas, pois são expulsos em grande parte das aulas, e de alguma forma as faltas desaparecem. Se têm negativas, também há forma de passarem de ano. A Escola e os professores perdem imenso tempo com eles. Quer seja a pôr-lhes algum juízo, quer seja a convocar os pais para lhes meter juízo.

 

Mas a meu ver aqui começa a vida deles. O Início da rejeição.

 

Mandá-los para outra turma transfere o problema no imediato, não o resolve. Para mim complica-o. É evidente que eles precisam de ajuda. E agora tentem dizer-me que se não lhe dão em casa não terá a sociedade, no papel de Escola, a ter de o fazer?

 

Muitos dizem-me que não tenho nada que me preocupar com o filhos dos outros e que a Escola também não. Os pais que os eduquem. Mas se esses não o fazem que o faz?

 

Colocam-se a um canto e vê-se depois?

Não será menos dispendioso para a sociedade tratar do problema já?

Porque não colocar psicólogos nas Escolas para estas situações?

 

Afinal se formos a fazer contas o dinheiro gasto com sucessivas repetições de ano, cartas e telefonemas para os pais. Desgaste psíquico dos professores, dos restantes pais e dos colegas de turma não será pior e trará mais gastos?

 

E agora espero pela reunião de pais para ver no que dá este circo que 5 putos fazem!


 

Obrigada quem disponibilizou a imagem na internet

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