Tal como puderam constatar estive de férias e longe de teclados, ecrãs, jornais e outras cousas mais.
Como portuguesa que se preze cometi algumas loucuras de veraneante. Fui ao cinema! Sim malta. Ir ao cinema nos dias de hoje é um luxo e eu deixei-me levar por esse luxo nas férias. Um dos poucos que acho que merecemos após um inverno de trabalhinho suado. Adiante...
Que filme me deu na tola de ir ver?
Hércules! Cedemos aos pedidos do membro de família mais novo e pensando que seria uma película interessante que exploraria a mitologia, algo que acho curioso. Ou seja, um aprendizado e um tempo bem passado em frente ao grande écran. Burra!!! Já devia saber que os realizadores de agora gostam é de sangue! Sangue, violência ou drama, muito drama.
Dramático o filme não era lá muito, portanto o que sobra?
Sangue e violência.
Depois da primeira sangria, e não falo da bebida, fiquei enjoada e preparada para abalar. Eh pá! Mas tinha pago o bilhete e já não ia ao cinema para ai a um ano e meio. Fiquei... novamente burra!
Batalhas, sangue e uma Irina Shayk, a tal que até é namorada do C.R. 7, e tão falada na sinopse do filme "assistam a estreia de Irina... e blá, blá, blá". A menina doeu-se para realizar a película! A sério! Foi trabalho que de certeza lhe deu umas maçadas terríveis!
Teve direito a uma frase; "Bem vindo a casa meu amor!" e mostrou o seu belo corpicho desnudado de costas. Lindo!
Pronto. Foi essa a estreia. Para a próxima terá duas frases e talvez se dispa à frente também, Não percam!!! (Ok... confesso, voltei e já li as notícias... se calhar vem daí o sarcasmo!)
Quanto ao filme. Para quem gosta de tempo bem passado, podem perder. Nada de jeito além de cabeças rolantes, costelas partidas e sangue a espichar. Talvez poderão gostar de uma ou outra frase com humor, o que salvou ali o tempo que perdi....
O trailler pode não fazer faz prever o que ali se vai assistir, mas deixo-o o aqui para quem, mesmo assim, quiser tentararriscar.
A alma humana busca incessantemente pelo amor. Nada é igual sem o amor. Tudo tem mais cor, conseguimos levitar, conseguimos chegar às nossas entranhas, conseguimos tirar de nós o melhor e em muitos casos o pior! Apossados da mais forte droga existente no planeta.
Cientistas tentam explicar o amor com reacções químicas, impulsos eléctricos neuronais. Mas a alma não se consegue explicar...
E muitas vezes o grande amor está ao lado de uma grande tragédia. Assim nos levam a crer os grandes clássicos;
Inês de castro e D. Pedro, uma história que estivéssemos nós em Hollywood e teria sido dissecada até ao tutano! Tem tudo para ser um autêntico sucesso de bilheteira! Política, intriga, amor, obsessão, loucura, vingança e morte!Muita morte!
Marco António e Cleópatra, um amor cheio de política, intrigas e desconfiança. O poder do amor que rivalizava com o poder político. Quem venceu?
Hummm... Os dois suicidaram-se dando-se eles por vencidos.
Páris e Helena, cujo amor levou a guerra entre Espartanos e Troianos. Um romance recheado de tragédia, mas que nos deixa com a estratégia guerreira do Cavalo de Tróia e com o tendão de Aquiles. Um amor que destruiu Tróia e deixou muitos heróis para a história!
Romeu Montecchio que se apaixona pela proibida Julieta Capuleto, um amor que luta contra a rivalidade familiar, termina em tragédia! Não após de esgotadas todas as palavras nos extensos diálogos de William Shakespeare, que ficará para sempre recordado com esta sua obra.
Catherine e Heathcliff, outro amor recheado de vinganças, raivas, paixão e tragédia. Uma história que nos é trazida da fazenda Monte dos ventos uivantes, o famoso Monte dos vendavais, onde nasce uma paixão avassaladora entre a aristocrata Catherine Earnshaw e o órfão Heathcliff, adoptado pelo patriarca da família. Heathcliff vai mostrando nuances de uma personalidade atormentada e vingativa, numa alternância de sentimentos que, de tão intensos, oscilam constantemente pela ténue linha que vai da sanidade à loucura. Uma loucura que consome o amor e Catherine. Claro! Tragédia!
Amor de perdição, só o nome já faz antever o que aí vem! Um Romeu e Julieta à portuguesa, com algumas nuances. Simão Botelho e Teresa de Albuquerque têm uma paixão proibida, outra vez a rivalidade familiar na baila, mas nesta história eles não se matam, deixam-se morrer, ela de tuberculose e ele doente de amor. Aqui quem se suicida é Mariana que entra na história e se apaixona por Simão. Camilo Castelo Branco não poupou nos caixões!
Tristão e Isolda um romance, uma lenda... a história centra-se no trágico amor entre o cavaleiro Tristão, originário da Cornualha, e a princesa Irlandesa Isolda. De origem medieval, a lenda, ao que tudo indica de origem céltica, foi contada e recontada em muitas e diferentes versões ao longo dos séculos. E nem preciso de dizer que após muitas desventuras termina em morte. Este é o filme que aconselho - Tristão e Isolda -
E claro, Anna Karennina e o seu impetuoso Conde Vronski, que a leva a ser consumida por um amor extraconjugal. Um romance à boa maneira de Tolstói. Traição, loucura, mais uma vez intrigas e vingança. Com uma adaptação para filme em 1997 que conta com a bela Sophie Marceu. E temos agora em cena uma nova versão deste romance em filme - Anna Kanenina -
Em nem falo desta nova moda de humanos que se apaixonam por vampiros! No meu tempo a tradição era espetar-lhes uma estaca agora temos as moças a suspirarem pelo seu vampiro! Tempos de agora....
E eu pergunto-me porque será que gostamos de uma boa tragédia romântica?
Que levará o ser Humano a escrever sobre o amor de uma forma trágica?
Lemos um livro destes e dizemos, "Que grande romance"! Mas tudo termina mal e em morte! Onde descobrimos a grandeza?
Num amor que existe nos apesares?
Num amor que muitas vezes perdura após a morte?
Será que é amor? Ou será obsessão em muitos casos?
Eu tento perceber a grandeza de um amor trágico, de um amor que não teve a vida! Grandes clássicos e grandes leituras. Obsessões, loucuras, intrigas, aventuras e desventuras tudo para apimentar a nossa insaciável vontade de ver o amor acontecer. Forte, intenso e com muita lágrima!!