A Juventude de hoje
Existe uma frase que ouço pronunciar vezes sem conta, que é;
"A Educação começa em casa"
Não obstante eu ser a favor dessa máxima acho que a Escola também tem um papel fundamental na Educação devendo começar-se por dar o exemplo, e não tratando os jovens alunos como se fossem lixo, ou então como se fossem transparentes ou uma grande maçada. É que se não fossem os alunos não existiria futuro nem emprego para os maçados.
Por diversas vezes apreciei cenas tristes protagonizadas por auxiliares e alunos (e provavelmente também existirão com professores). E diz-me a experiência que o primeiro passo para se ser respeitado é respeitar. Com que audácia se exige respeito quando não se sabe o que é isso?
Também já não é a primeira vez que o meu jovem filho se queixa de acharem que ele é transparente. Por exemplo, quando vai à frutaria as senhoras passam-lhe à frente como se ele não existisse, e se não fosse a dona da frutaria ele ficaria para trás sem nada dizer.
Na sua escola também é habitual serem tratados com indiferença, ou até mesmo antipatia, por alguns funcionários. Ontem foi a gota de água na sua indignação. Ele tinha que se dirigir à secretaria para carimbar um papel, bateu à porta e esperou um pouco pela resposta que não veio... Abriu a porta à cautela, entrou e ninguém olhou para ele. Tudo continuou como se ele não estivesse ali! E como tudo estava de cabeça baixa ele não queria atrapalhar, isto a somar à fase da "vergonha/timidez" que o atormenta. Passado algum tempo (para ele infinito), sem que ninguém levantasse a cabeça dos papeis e olhasse para ele, lá sai a pergunta
"O que queres?"
"Queria carimbar este papel por favor"
Estendem a mão, SEM LEVANTAR A CABEÇA E SEM OLHAR para o jovem que tinham à frente, dizem,
"Dá cá"
O miúdo caminhou até à mão estendida, desprovida de olhos, corpo e alma, e muito menos educação e respeito. Vê-a carimbar o papel e estender-lho de volta.
"Obrigado" diz o jovem sem obter mais nada daquela mão.
Como é lógico ficou escandalizado com a atitude das funcionárias que nem um olhar e uma palavra mais agradável lhe dirigiram! Ficou ele e o colega que o acompanhou na aventura até à secretaria!
Como? Dizia ele, COMO podem atender uma pessoa sem olhar para ela? Já nem digo um sorriso. Nem que fosse amarelo. Mas sem olhar???!!!
Pois é meu filho, e como te explicar que para aqueles funcionários tu nem és pessoa?
Acham que não devem respeito a fedelhos! E eles é que acabam por se transformar em fedelhos e fedelhas!
Voltem a dizer-me a frase "A juventude de hoje..." com ar depreciativo que me salta a tampa! Juro que salta!