É Necessária Vergonha! Valores!!!
Lá vai alguém dizer que venho aqui pouco e quando o faço falo deste assunto. Os refugiados. Mas é inevitável. Escrever acaba por acalmar toda a torrente de sentimentos que passaram por mim quando vi as imagens que vi hoje.
A Hungria fechou as suas fronteiras, e depois? Depois, houve o descontrole!! A carga policial à bastonada, canhões de água, gás pimenta. Tudo isto de forma indiscriminada e levando tudo à frente!
E vendo crianças a sangrar e a gritar de pânico, pais aflitos, mulheres desesperadas, vendo tudo isto tive vergonha! Vergonha do ser humano. Vergonha por esta atitude.
Poderão vir dizer-me que "Ah! E tal, porque eles (os refugiados) estavam a provocar, estavam a ser insurrectos". Sim. Até pode ser. No meio de tantos desgraçados, que são a maioria, há sempre malta que gosta de atiçar, e de ver o circo pegar fogo. E eu respondo que, mesmo assim não houve desculpa para esta atitude!! ESTAVAM ALI CRIANÇAS! E pelo menos uma era de berço!
Poderão vir também dizer "Ah! E tal, porque eles, (os refugiados que criam, e queriam, confusão) usam as crianças como escudo". Pois, até pode ser. Mas eu volto a responder, ESTAVAM ALI CRIANÇAS QUE NÃO TÊM CULPA DA ESTUPIDEZ ADULTA!!!!
Pensei que a Europa tinha aprendido com a 2ª Guerra Mundial. Pensei não voltar a ouvir o que ouço, mesmo aqui no nosso pequeno país de emigrantes, e sentir esta vergonha que sinto. Pensei não voltar a ver este estigma, esta perseguição, este medo. Medo de parte a parte é certo, mas uma das partes, a da Europa, apresenta um medo bem menos justificável, um medo que a impede de ser humana, de ter empatia, de ajudar e ser solidária.
Pois vos digo. As crianças que tenho visto nas imagens não esquecerão assim tão facilmente o terror que estão a passar. E mais. Tudo se paga e vai pagar-se caro todas estas atitudes! Enfrentamos não uma crise económica, mas uma bem pior. A de valores. O que até seria espectável pois se até com os europeus não têm existido contemplações...
Imagens retiradas da internet e Jornal Público