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Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

O meu Abril (2ª parte)

 

... Continuação do artigo (post) anterior

 

 

 

 

Para mim tudo era estranho naquela casa para onde meus pais me levaram. Não tinha brinquedos e não tinha a minha cama, dormia num quarto ao lado dos meus pais e tinha muito medo na noite demasiado escura. Conheci o meus avós, a casa era deles. O meu avô gostava de brincar comigo às escondidas mas a minha avó não parecia ter muita paciência e eu evitava chegar perto dela, tinha uma cara de zangada.

 

Lembro-me que se falava na festa da aldeia e todos pareciam menos tristes por isso, mas eu não gostei daquela festa! Ouvi os tiros outra vez e escondi-me na despensa debaixo de uma prateleira e não saí nem quando me chamaram! Não fosse dar-se o caso de os tiros estarem perto como pareciam. O meu avô encontrou-me e ficou ali ajoelhado, perto de mim, até o barulho dos "tiros" passar.

 

Não gostava daquela casa. Sei que o meu pai também não gosta, mas a minha mãe finge que não se importa de ali estar. Ouvi dizer que o meu pai vai trabalhar outra vez para a mina. Decido não gostar dessa mina. Dizem que é escura e fica debaixo da terra, não gosto de sítos escuros. Quero ir para minha casa, quero os meus brinquedos e o meu baloiço. Porque é que não voltamos para casa?

 

Meus pais explicam que uns senhores tiraram a nossa casa, e tudo o que tínhamos, as malas não chegaram a Portugal. Só temos a nossa roupa e algum dinheiro poupado, não muito, o que deu para poupar e trazer connosco desses três anos de início de vida. Explicaram que já não podemos voltar para a casa que eu gosto... a minha casa! Esses senhores foram maus, porque é que eles fizeram isso?

 

Meus pais notaram que na aldeia onde estavam a vida continuava difícil, mais difícil agora onde parecia que já não eram Portugueses. Ouvia dizer que eles eram retornados. Decidiram tentar a sorte em outro país, desta vez o Brasil, onde nada correu como esperavam, mas essa é outra história...

 

A base destas duas histórias serve para deixar um testemunho de alguém que cresceu a ouvir falar mal do 25 de Abril, e que este lhes "roubou" tudo o que tinham! O que não deixa de ser verdade, em certa parte. Nada foi fácil a partir desse dia, pedi o meu mundo, o único que conhecia, e perdi-o de uma forma muito dura para a idade tenra que tinha! Mas cresci a saber respeitar o outro, a ser solidária, a ver o todo e sobretudo a prezar muito a liberdade que tenho  de poder expressar-me, de poder ter as minhas ideias e de lutar por elas sem medo. Aprendi a não olhar só para o meu umbigo, e apesar de ter perdido muito, ganhei algo que prezo acima de tudo - LIBERDADE -

 

Por isso, não sou uma simples citadina que não sabe as dificuldades do pós 25 de Abril. Eu vivi-as no meu jovem corpo e na minha alma! Talvez por isso, por tudo o que possuo ser suado, conquistado e fruto de muito, mas muito, trabalho que sei dar valor ao que tenho e àquilo que foi conquistado naquele dia. Naquele 25 de Abril de 1974!

 

 

 

 

Quando estaremos prontos?

Ando numa fase reflexiva, estamos em período pré natalício e presumo que deva ser por isso, portanto, perdoai-me… E aviso, para quem, mesmo assim, quiser continuar

A partir daqui está por sua conta e risco! A autora deste Blogue não se responsabiliza por qualquer dano físico, ou mental, que possa advir da leitura deste post.




Numa entrevista que li de Pedro Burmester em que ele fazia referência a Diógenes Laércio, um filósofo da Grécia antiga. Fiquei presa neste nome. Neste homem do passado que ainda perdura. Muitos diriam que era um filósofo peculiar, mas não o são todos?


Diógenes vivia como mendigo e muitos denominavam-no de cínico, que não tinha o significado que lhe costumamos atribuir mas sim o de próprio de “cão”, já que rejeitava os preceitos da sociedade e vivia de forma “livre”, como um cão.


E na minha pesquisa curiosa sobre esta personagem especial, encontrei uma frase que me deixou a reflectir.

Reflectir… aquela coisa que faz mal e pode causar um certo incómodo gástrico para quem não está habituado. Por isso, aconselho-vos precaução ao fazê-lo. Por causa das coisas vou já tomar um protetor gástrico.


E, a tal frase diz o seguinte:

Só é verdadeiramente livre quem está sempre pronto para morrer”


E nesta frase parei. E sublinhei mentalmente o sempre.


Quem estará sempre pronto para morrer?!?


Talvez quem viva a vida sem apegos. Sem estar apegado ao ódio, à raiva, …

Em suma a sentimentos negativos e castradores. E nesse negativo incluo o medo. O medo que tolhe a vida! Há quem tenha medo de morrer e por isso se iniba de fazer imensas coisas e fique sempre em pânico quando lhes surge algo contra a corrente. Isso não é viver! O medo não deixa que se viva! É bom que recordemos sempre isso quando o medo assombrar em demasia.


Pergunto-me também se nesses tais “apegos” se encontrará o amor?


Afinal, não queremos morrer porque deixaremos de ver quem amamos, deixaremos de os abraçar de lhes poder tocar, sentir e afagar.


Mas também não estamos sempre prontos para morrer porque temos imensas pendências. Pendências mentais. Falta sempre “isto” ou “aquilo” que queríamos ter dito e não dissemos, que queríamos ter feito e não o fizemos. Falta sempre algo…

Dissemos sempre algo que não queríamos, falta aquele pedido de desculpa, aquele “gosto de ti”, aquele abraço,….



Faltam muitos “tentos” que temos para realizar….


E será que eu quero ser verdadeiramente livre? Será que isso é possível?


Creio que mesmo alguém que, como Diógenes, fosse, presumivelmente, “desapegado” de amores, da negatividade da sociedade e de sentimentos. Mesmo assim, deveria existir sempre algo que o prendia à vida. Nem que fosse a vida em si. E mesmo quem quer morrer, grande parte das vezes, senão em todas, gostam é mais do que tudo de viver! Simplesmente não estão é a conseguir fazê-lo!


Complicado? Eu avisei…







A cantilena democrática

 

Imagem retirada da net (obrigada a quem a disponibilizou)

 

 

Com esta nova onda de "Grândola" muito se tem discutido sobre democracia.

O Governo queixa-se que a democracia está a ser "abalroada". Bem, o Governo e não só...

 

A justificação para tais queixas prendem-se com o facto de não se deixar falar alguém, e esse alguém tem coincidido ser um membro do Governo.

Mas, e segundo aquilo que eu percebi, digam-me se estou errada, cantar "Grândola" é um sinal de manifestação, um sinal claro de demonstração de descontentamento. Ora então, quem se quer manifestar tem que escolher onde o fazer e tem que deixar falar os membros do Governo. Isso não irá contra o princípio de manifestação? Será o querem é que eles possam dizer tudo, fazer tudo, e temos que os deixar com tudo? Isto só porque foram eleitos?

 

Então um Governo só porque foi eleito democraticamente tem carta branca para fazer o que lhe dá na real gana e nós, o povo, já não podemos cantar?

 

Parece que preferem o arremesso de pedras à cantoria!!

 

Ou será porque as músicas de Zeca Afonso lhes lembram que não há assim tanta democracia quanto se pinta.

 

Se virmos bem no próprio Parlamento aceita-se como normal a disciplina de voto dos partidos, algo que vai contra a própria Constituição Portuguesa. Então cada um não tem a liberdade de pensar pala própria cabeça? Cada um não tem a liberdade de democraticamente exercer a sua forma livre de pensar? E até são punidos se se manisfestarem livremente!

 

Mais. Então agora podemos ser "abalroados" por um funcionário a perguntar-nos pelas facturas?

Então e eu não tenho o direito de a deitar ao lixo? Que raio de democracia é esta em que temos que mostrar uma factura de um café que consumimos?

Que raio de democracia é esta em que temos que pedir licença para nos manifestarmos?

 

Vocês desculpem, senhores do Governo, mas parece-me que se estão a fazer de vítimas e coitadinhos porque o povo começou a cantar.

 

Mas fiquem sabendo que quem canta seus males espanta! E nós temos muitos para espantar!! Tentemos espantar os nossos a cantar e nada melhor que a "Grândola"

 

 

 

 

 

Mostrando a liberdade!

Hoje decidi passar outro dia sem falar nas animalices que vão pelo nosso país, dei a volta pelo Jornal, e voltei a fechar bem os olhos tentando desta forma esquecer o que vi, e amanhã... amanhã é um novo dia e certamente alguém fará o sol brilhar! Eu até ajudarei a soprar algumas das nuvens. Mas hoje quero falar de outras animalices. Em alguém que também ajudou a fazer o sol brilhar.

Aos pequenos Beagles, que aparecem no vídeo, alguém lhes mostrou que existe o sol, a relva e a liberdade.

A vida destes cães não era nada mais do que passar o dia encafifados em gaiolas, sem nunca terem saído daquele espaço exíguo! Eram usados como cobaias num laboratório em Espanha. Mas esse laboratório faliu e esses animais iriam ser sacrificados. A organização ARME (Educação da Mídia para o Resgate de Animais) com  Shannon Keith como fundadora do Projeto "Liberdade para os Beagles" (Beagle Freedom Project) tiveram um tento forte e quiseram salvar esses cachorritos adoráveis.

Os Cães de raça Beagle costumam ser usados para testes na indústria farmacêutica por causa de sua natureza dócil. Este "salvamento" já data de 8 de Junho de 2011, mas acho que não está assim tão fora de época para ser visionado. Até porque hoje é um dia em que só penso em libertação... Vá-se lá saber porquê...
O meu tento agradece a quem me enviou este vídeo, depois de ter lido o meu post anterior,  para que eu pudesse pesquisar a notícia e trazê-lo até ao blogue como mais uma notícia positiva, pelo menos para os Beagles. Ver um ser pisar a relva e ficar espantado não deixa de ser comovente!
Obrigada {#emotions_dlg.redflower}

O que isso de liberdade?

Explicava ao meu filho de 11 anos o que é a liberdade, conceito algo complicado de explicar, e vendo no dicionário Priberam, uma das explicações consistia,

1. Direito de proceder conforme nos pareça, contanto que esse direito não vá contra o direito de outrem.

 

Traduzindo: "A nossa liberdade termina quando começa a dos outros". Tudo bem, mas quando eu sei que começa a liberdade dos outros?

Talvez comece se pensar "Gostaria que me fizessem isto?"

Terei liberdade de estacionar em cima do passeio?

Não, porque  incomodo quem possa querer passar no passeio e que tem todo o direito de o fazer sem ter um carro a incomodar, já que estes são para pousar as rodinhas na estrada. Mas toda a gente estaciona no passeio!! Pois... mas a liberdade termina quando começa o direito de outro.

 

Temos liberdade de atirar papel ao chão de estragar locais públicos?

Teremos liberdade de prejudicar alguém?

Teremos liberdade de fazer o que me dá na real gana sem pensar no outro? Isso é liberdade?

 

Então o que é a liberdade?

 

Imagina uma borboleta. É linda se voa em paz, é bela enquanto todos a podem admirar, mas se alguém a prende, se alguém a maltrata, se alguém lhe impede o voo, acaba-se a liberdade... a da borboleta e a nossa de a poder admirar! Teremos esse direito?

 

Imagem retirada daqui

 

O meu tento tentou... será que conseguiu?

Espero que sim, espero que a borboleta seja preservada e cuidada para que todos a possam admirar, porque não estamos sozinhos neste mundo e todos precisamos uns dos outros.

Soltem as amarras!

A escravidão, infelizmente, ainda tem existência neste nosso vasto mundo. É algo tão terrível tão agonizante que me revolta as entranhas.
No entanto, existe outro tipo de escravidão que muitas vezes foge ao nosso olhar.
Escravos presos à ditadura.
Escravos presos a ideias e ideais sem sentido e que anulam, muitas vezes, a liberdade de um espírito crítico.
Escravos de relações que destroem o amor.
Escravos do tempo.
Por isso, e por muito mais, deixo esta música e este vídeo que valem a pena ser vistos. Onde o tempo que estamos a vê-la, a ouvi-la e, sobretudo, a senti-la é um tempo que não é gasto, que não é perdido...
é um tempo em que permitimos ao nosso coração sentir a plenitude da força da liberdade, da necessidade de soltar as amarras....
O meu tento não consegue deixar de se comover com esta tão bela interpretação do "Coro dos Escravos" de Verdi
PS- Se puder não deixe de assistir mesmo depois de acabar a explosão do público.

O que a música transmite...

Continuando com a minha ideia para esta semana, decidi hoje por outra música que fez história cá no nosso jardim à beira mar plantado! Não porque eu seja uma revolucionária mas porque sou alguém que preza a liberdade, seja ela no sentido em que a própria palavra evoca, quer num sentido mais intangível. "Grandola Vila Morena" é uma daquelas músicas que me emociona,  porque ela transmite a liberdade e me lembra que hove quem lutasse (luta) pela liberdade!

Sei que algumas coisas não correram como se esperava... mas houve muita gente que acreditou, livre de qualquer ideias politicas mas com ideais baseados na igualdade, (embora agora existam uns mais iguais que outros)  numa sociedade livre e com riqueza de cultura.

Há muito quem esqueça que se  lutou pela liberdade que temos hoje (atenção LIBERDADE e não libertinagem, como muitos confundem). Eu não esqueci e o meu coração também bate forte ao lado de muitos ao ouvir esta música....

Claro que esta canção vai ser dedicada a todos os que lutam pelo ideal de Liberdade, Justiça e igualdade! Também é dedicada a duas pessoas muito especiais e que tenho o previlégio de fazerem parte da minha vida e que eu adotei como segundos pais quando me casei. Eles também lutaram pelos seus ideais livres de política.
Acho que hoje o meu tento, tentou e conseguiu falar um pouco de liberdade! Para dar um pouco de luz a este tempo tão cinzento ;)

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