"Creep" em português significa verme. E "Creep" é uma das músicas dos Radiohead, foi lançada em 1993 como um single e importa saber que foi censurada em praticamente todas as rádios Norte- Americanas porque foi considerada demasiado depressiva e melancólica! Os protagonistas da censura receavam o efeito que poderia causar nas pessoas a sonoridade e a letra. Mas a música vingou e teve muita força, tendo na internet o maior motor de divulgação, mesmo que naquele tempo a internet não fosse o que é nos dias que correm.
Foi, até hoje, uma das suas músicas de maior sucesso da banda e, arriscaria a dizer, a que tem mais versões, ou como se diz "Covers". Muitas com uma versão sem a palavra explicita da letra o "fucking", que é substituído por "very", numa versão mais púdica.
Uma das minhas versões preferidas é a que mostro no vídeo abaixo, provavelmente por ser uma amante de jazz e esta ter um cheirinho deste género musical.
Pois é, mais uma a falar sobre o festival da canção. Já não há quem aguente, pensam vocês. Mas num país de futebol, Fátima e "fado", embora aqui o fado seja outro, os temas acabam por confluir.
Há anos que não vejo o festival Eurovisão da canção. E simplesmente deixei de saber, ou me interessar, sobre as músicas portuguesas levadas a consurso. Obviamente, e tal como muitos, na minha adolescência aquilo era um acontecimento! Tudo parava para ouvir as músicas e tudo vibrava nas votações, sabendo que antemão que Portugal não sairia vencedor mas nunca perdendo a esperança.
Este ano, tal como nos anteriores, a festival na RTP não me disse nada. Mas no outro dia não se falava em outra coisa que não na música do Salvador e da mana Luísa. Fui pesquisar e ouvir... e amar aquela música... pelos dois... por muitos. Despojada de tudo, só com sentimento e com uma letra que a Luísa Sobral tanto nos habituou.
Não vou dizer que este ano vi o festival da Eurovisão. Sou sincera, não aguentei. Liguei a televisão estava a actuar a Itália, um dos preferidos, e fiquei boquiaberta! Deus meu!!! Um macaco?! Coreografia, dança, e sei lá o que mais. Lembrei-me o porquê de não assistir mais a estes eventos. A qualidade musical fica simplesmente muito longe da que gosto. E depois, qual a ideia de cantarem em inglês??? Descaracterizou completamente o evento!
Mantive a TV ligada até actuar o Salvador, sim, não me canso de ouvir aquela interpretação, digam o que disserem dele, dos gestos, da roupa, do cabelo e sei lá que mais. Aquilo é música! Só.
E depois agarrei-me ao sofá na altura das votações. Começamos logo com 12 pontos!!! Uau! Esperem aí, será que vencer isto é possível?
A meio da votação, depois de ver o nome de Portugal sempre em 1º, eu disse que já tinha valido a pena. Mas eu sabia, no meu íntimo, que seria amargo sair dali. E a música ganhou!!!
Sim, a música, a melodia, a interpretação autêntica, a simplicidade. E a língua do nosso país. Amemos pelos dois com Salvador Sobral, que soube amar por todos na Eurovisão!
Ontem tive uma tarde de mãe e filho. Tivemos que ir ao médico noutra cidade e isso traduziu-se em umas horas juntos. No carro, o meu adolescente pergunta se pode colocar a música dele, e eu sem saber o que me esperava disse um incauto "sim"!!!
Pois sim.... entre macacos do Ártico (Artic Monkeys) e uns tipos que falavam muito rápido, quais pessoas da rádio a tentar dizer as contra-indicações dos medicamentos anunciados (sim, eu sei que aquilo é manipulado), a minha cabeça começou a andar à roda.
Salvou-se uma música no meio de todas e que deixou o meu filho espantado porque a mãe gostava daquilo!
Alguém sabe o nome das pastilhas para a garganta que aquele tipo usa?
Há sempre uma recordação que nos é docemente trazida ou por um aroma, uma palavra, ou então, como é o caso das que me foram suscitadas hoje, por uma música.
Há dias que parecem noites de tão cinzentos que estão. E não falo das condições meteorológicas. Penso que às vezes o cinzento está na cabeça das pessoas e por mais que queiramos afastar as nuvens acabamos por ser influenciados por maus tempos alheios.
Felizmente há sempre algo que nos trás um pequeno arco íris ao dia.
Hoje foi esta música que dava no rádio do carro de regresso a casa.
Sou conhecida pela minha incrível teimosia. Que tanto pode ser vista pelo lado positivo como pelo negativo. Pessoalmente prefiro a parte positiva. Teimosia pode dar também em determinação. E se há coisas em que sou determinada é em não gostar da cantora Lady Gaga. Não gosto do seu estilo, das suas músicas e nem das letras.
Mas hoje. Logo hoje, o meu mundo ruiu aos meus pés! Alguém me pregou uma partida e colocaram-me a ouvir, sem eu saber qual a voz por detrás disto:
E só depois de eu dizer "Que intressante essa versão. Mudou o sentido da parvoíce. Quem é?"
Só me apeteceu bater com a cabeça na parede quando a resposta foi "A Lady Gaga!"
Nãoooooooooooooooooooo!!!!!!
Mas continuo na minha onda. Lady Gaga! NEM PENSAR! Embora amoleça e diga, esta até se ouve. Hehehehe
A escravidão, infelizmente, ainda tem existência neste nosso vasto mundo. É algo tão terrível tão agonizante que me revolta as entranhas.
No entanto, existe outro tipo de escravidão que muitas vezes foge ao nosso olhar.
Escravos presos à ditadura.
Escravos presos a ideias e ideais sem sentido e que anulam, muitas vezes, a liberdade de um espírito crítico.
Escravos de relações que destroem o amor.
Escravos do tempo.
Por isso, e por muito mais, deixo esta música e este vídeo que valem a pena ser vistos. Onde o tempo que estamos a vê-la, a ouvi-la e, sobretudo, a senti-la é um tempo que não é gasto, que não é perdido...
é um tempo em que permitimos ao nosso coração sentir a plenitude da força da liberdade, da necessidade de soltar as amarras....
O meu tento não consegue deixar de se comover com esta tão bela interpretação do "Coro dos Escravos" de Verdi
PS- Se puder não deixe de assistir mesmo depois de acabar a explosão do público.