Cerebro "internauticado"
Eu sei que internauticado não existe, mas a linguagem vai crescendo e novas palavras vão surgindo. Afinal só estou a usar as capacidades do meu cérebro, antes que ele se baralhe de tanta internet, embora ache que não sou das que corre mais riscos....
Segundo um senhor chamado Nicholas Carr a internet está a alterar de tal forma o nosso cérebro que pode chegar a reduzir a nossa capacidade de armazenar memórias a curto prazo. Este senhor já lançou um livro sobre o assunto "The Shaollows" e, apesar do que diz, é um manifesto bloguer.
Ele interessou-se pelo tema quando se apercebeu que algo estava a mudar na forma como estruturava o pensamento numa altura em que usava muito o computador. Começou a perder capacidade de concentração, sentia que a mente não queria prestar atenção e que queria comportar-se como se ele estivesse no computador, mesmo quando este estava desligado, o seu cérebro queria saltar de um link para o outro, ir ao google, consultar o e-mail, twittar ou ver se alguém já comentou no blogue. Estas alterações levaram-no a investigar de que forma o cérebro reagia a este avanço da tecnologia e a estas multitarefas.
Em suma, no estudo ele verificou que à medida que nos habituamos a ter todas as informações disponíveis à distância de um "clic", o cérebro torna-se preguiçoso em criar memórias internas. Afinal é preguiçoso mas não é estúpido!
A capacidade de armazenamento da memória altera-se e uma dessas razões é porque não precisamos de o fazer, afinal basta "googlar". Mas a preguiça pode sair cara!! Uma vez que a profundidade do nosso conhecimento e o nosso intelecto dependem da capacidade de formar memórias a longo prazo, pois são elas que estabelecem ligação a novas informações, a tudo o que aprendemos, a experiências e até a emoções. Estas ligações são a chave do conhecimento e do pensamento crítico... Querem preguiça? Não dá! O cérebro precisa de exercício!
E agora a estocada final! Os estudantes, habituados a estas lides googlistícas (estou em forma :)), Facebook, Twitter, E-mail, .... fixam melhor o "onde" do que "o quê". Lembram-se mais dos sítios onde encontram informação do que dela própria.
Ou seja daqui a uns dias quem aqui vier lembra-se do "Eu tento, mas o meu tento não consegue" e não fazem a mais pequena ideia do que eu estive aqui a desbobinar!!
Mas ainda assim eu tento :)