Felizmente o meu filho tem os professores todos desde o início do ano lectivo e parece-me que por aqui, neste fim de mundo, não ouve grandes problemas. Também há que variar um pouco...
O grande problema desta história é que este professor está nos Açores, que tem concursos próprios, e de onde ele não quer sair. Acontece que o mecanismo do tal BCE (Bolsa de Contratação de Escola), que se tem revelado uma enxaqueca, e o cruzamento da situação pessoal desde professor em particular revelaram-se um filme surrealista. O Professor até já desistiu do concurso mas por qualquer razão estão a ser-lhe oferecidos mais 95 horários que ele não quer. Mas não são colocados novos professores enquanto ele não colocar no sistema, na sua página pessoal da DGAE, que recusa a vaga numa opção que ele deixou de ter porque afinal até já tinha desistido do concurso!!!
E isto dá para acreditar? Comédia?
Nunca os Ministros da Educação gozaram de boa imagem. Mas acho que este bate aos pontos qualquer um! Acho que numa nota de 0 a 20 para dar a este Ministério talvez um -10 não lhe chegasse.
A minha solidariedade para com os professores. Apesar dos muitos comentários que li no Jornal Público, não acho que seja um sistema de avaliação justo e muito menos coerente. Mas enfim... que sou eu para achar? Se calhar também tenho que fazer uma prova antes de ter direito a achar...
Imagem retirada da net, obrigada a quem as disponibilizou
O Sr. Ministro Nuno Crato, que dizem as más línguas já foi professor, mas eu não acredito, refere que "nenhum professor qualificado tem de ter algum receio" da tão polémica prova de avaliação. E para tentar, sem conseguir, suavizar os ânimos alega que em outras profissões também existem provas de, nem sei o nome da coisa, digamos, "Provas de qualificação".
A ideia é fazer com existam pessoas mais qualificadas nas Escolas. Mas esperam aí! Então o que andou esta gente a fazer na Universidade, cujos cursos são (ou deveriam ser) avaliados, currículos revistos, e sei lá que mais? Não será passar também atestado de imcompetência às próprias Universidades? Não será um pouco de paranóia por provas e testes?
Bem, na minha profissão, e desde que me formei, já perdi a conta a quantas provas e testes já fiz. No entanto, essas provas foram sempre decorrentes de alguma formação ou curso, realizado por mim e para aumentar os meus conhecimentos em determinada área, ou para realizar uma determinada tarefa mais específica à qual me quero candidatar. Penso que com os Professores também será assim.
Ok, eu sei que para entrar na Ordem dos Advogados a tarefa é complicada e além de provas, esta envolve também a frequência de aulas. Na ordem dos Engenheiros também envolve encargos. Mas se não quiserem entrar na ordem podem exercer cargos para os quais a frequência Universitária os capacitou. Não podem é ser denominados de Advogados (nem exercer a Advocacia) nem Engenheiros e diz-se antes que têm uma Licenciatura em Direito e uma Licenciatura em Engenharia, respectivamente.
Quanto a prestar provas de qualificação para determinada tarefa, como por exemplo para dar aulas, mesmo após ter saído de uma Universidade onde presumivelmente se ministram conhecimentos que capacitem para a sua realização, eu sugiro o seguinte, e já que o Sr. Ministro refere que existem essas tais provas em outras profissões. Proponho que existam provas de qualificação para se ser Ministro. Aliás, deveriam além de realizar a tal prova, efectuar também testes psicológicos, é que desconfio (tenho a certeza) que anda para aí muita gente marada com cargos que detêm o poder de mexer com a vida de um povo! Mas isto sou eu no suponhamos...
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Eu bem tento não escrever sobre crise, política e sobre a situação cada vez mais caótica do nosso país. Mas o título deste blogue irá certamente fazer com que me perdoem por hoje voltar a escrever sobre o tema.
O que me fez perder as estribeiras foi toda esta polémica à volta do pré aviso de grave dos professores para o dia dos exames nacionais.
Nuno Crato numa entrevista à TVI 24 referiu que também é professor! E não se lembra de ter feito greve em época de exames, refere que os professores não estão ser correctos, e que esta greve não os irá beneficiar. Refere ainda que “Estamos dispostos a toda a negociação, mas este tipo de atitude, que é tomar como reféns os nossos alunos, é algo com que não se deve brincar”.
Primeiro o Sr. Nuno Crato enganou-se, ele não é professor. Ele foi professor e está com amnésia! Ele é um POLÍTICO! E dos que sabe muito bem dar a volta! Dos que percebe de psicologia e que sabe o povo que tem. E que povo tem ele?
Pois, aí é que reside o cerne da questão!
O meu filho pertence ao grupo de alunos que é "refém" dos novos terroristas. Os professores.
No entanto, não me parece que os alunos estejam a ser usados como reféns.
Será que não existirão por aí pais que têm férias marcadas? E isso lhes irá alterar o esquema? Se é chato? Ó páh! Claro que é! Afinal a nossa vida depende das férias, vivemos todos o ano para elas! Não pensamos em "mai nada" nesta altura!
Mas meus caros, os professores não deviam estar sozinhos nesta luta, que diga-se de passagem já se percebeu que é totalmente inglória.
Mas arre! É uma luta legítima! Os pais deveriam estar com os professores!
Os pais deveriam reivindicar melhor qualidade de trabalho para quem educa, acolhe e está com os seus filhos diariamente! Para com quem lhes dá conhecimento e muitas vezes, volto a pedir desculpa pela minha grande boca, mas muitas vezes quem lhes dá carinho, o único que recebem durante o dia!
Mas em vez disso vemos pais contra professores, os terroristas do momento! E o que é que o Governo, na figura do Ministro, faz? Aproveita-se disso e joga muito bem a sua cartada! A estocada final!
Recurso Civil?
Sabem o que é que acho que TODOS os professores deveriam fazer?
Não irem! Mesmo com o tal Recurso Civil! As lutas são assim. UNIDOS! Até ao limite! E digam-me, não chegamos ao limite?!?
Neste país temos uma guerra civil encapsulada, disfarçada, do género virtual, e este, e todos, os Governos sabem disso! E aproveitam-se disso, jogam com isso! Dividir para reinar!
Funcionários públicos versus Funcionários do privado
Professores versus pais
Ricos versus pobres
...
Ao que parece não somos todos Portugueses!
E isto não é assim tão simples quanto parece!
Com mais esta luta inglória, com mais esta divisão da população vamos dilacerando os direitos de cada um. As lutas de cada um que deveriam ser de todos!
Com mais esta divisão vamos quebrando tudo aquilo que ainda poderíamos conquistar! Mas não! É mais fácil apontar o dedo, não é.
Pois é assim, o meu filho vai fazer exame e tanto está preparado para um dia, como para outro!
Tentamos nunca criar demasiado nervosismo nele em relação a exames pois sabemos que isso pode ser contraproducente. Ele não é um refém. Não dos professores. Ele está a ser usado como escudo no rompimento de direitos que agora são de uns e amanhã podem ser de todos! Mas é mais fácil olhar para o nosso umbigo! É mais fácil ver o que nos dá jeito a nós, e só a nós!
Não sou professora. Mas sou mãe e estou na luta para melhores condições de trabalho para aqueles que estão com o meu filho todos os dias! Luto para que a educação seja vista como um investimento, SEMPRE!
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