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Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

Eu tento, mas meu tento não consegue!

Sabendo que nem sempre vou conseguir ir aos vossos espaços, mas nunca vos esquecendo e sempre tentando...

Saber ouvir...

Este blogue andou paradinho...

Mas vamos ver se agora anda, nem que seja a carvão, mas que ande.

 

Afinal, dá-me ideia que o país também anda a carvão por isso o meu blogue está em sintonia.

 

Não era minha ideia ao criar este blogue fazer um diário da minha vida e muito menos expô-la demasiado. Vou tentando cumprir este propósito. Embora algumas ideias iniciais tenham sido quebradas. Tais como, revelar o meu primeiro nome, que também não estava assim tão difícil de adivinhar, e publicar imagens minhas.

 

Falo isto, porque também não era minha intenção falar nesta minha dor crónica. Mas fui entendendo que isto faz parte de mim quer eu queira, quer não. E traz-me experiências que podem ser interessantes partilhar e até podem ajudar alguém que viva algo parecido. Para além disso, estabeleci com este mundo Blogosférico, em especial com muitos dos que me cruzo por aqui, relações de amizade. Podem ser virtuais, e daí? Se me explicarem se terão menos valor pode ser que eu até compreenda. Para mim, continuarão a valer.

 

Aqui venho. Troco ideias, mudo de opinião, aprendo e espero transmitir também algo.

 

Afinal, não quero que o meu blogue seja só um debitar de ideias e ideais, mas que seja a tradução de quem está por detrás de cada carater, de cada linha. E, tal como diz a minha metade, talvez quem aqui vem e lê o que eu escrevo acabe por me conhecer bem melhor do que muitos que me vêm todos os dias. Porque são muitas as pessoas que nos vêm mas não nos olham, que nos escutam mas não nos ouvem!

 

Como tal, lá acabei por falar da minha dor crónica, e que raio de dor é esta?

 

Esta dor foi resultante de um traumatismo. Um traumatismo grave. Que resultou na lesão de alguns grupos musculares e em dois nervos periféricos. Mas o diagnóstico foi tardio, talvez misturado com  uma certa dose de negligência médica, facilitismo, e mais uma vez a incapacidade de ouvir, neste caso de ouvir as queixas de um paciente, eu!

 

Não sendo detectada a tempo a lesão neurológica, a dor foi-se instalando sem ser convenientemente tratada. Além disso, começaram a surgir defesas corporais para me "proteger" da dor, nomeadamente algumas atrofias musculares, o braço direito foi afectado, o ombro, até porque com a lesão neurológica (do nervo longo torácico direito) existe uma queda do ombro, ao que parece um sinal clínico que também não foi detectado... enfim...

 

Descoberta a lesão foi difícil encontrar a terapêutica adequada, até porque ao que parece sou mesmo, e definitivamente, "florzinha de estufa" e reagi mal a muitos dos medicamentos. Os efeitos secundários com que tive que lidar foram mais que muitos e até nisso falhou a parte do "ouvir"!

 

Só para se ter uma ideia, eu era tratada por um médico em uma consulta de dor num determinado Hospital e estava farta de me queixar de alguma retenção urinária, coisa bem aflitiva diga-se de passagem, mas o Sr. Dr. devia pensar que eu não era boa da pinha, digo eu... e por mais que lhe dissesse que não estava bem e que lhe manifestasse que já tinha existido a necessidade de ser algaliada para poder "despejar", o certo é que dava a entender que poderia ser psicológico.

 

Apesar de me parecer estranho... lá me iam convencendo de quem está sujeito a estes processos de dor crónica não pode estar bem psicologicamente. Ok...

Mas nesta situação específico, o Tanas!!!

 

Mal mudei de médico, para outro Hospital, e me queixei da situação, o senhor deitou as mãos à cabeça. Em três meses já tinha sido algaliada pelo menos 6-7 vezes, para meu alívio. O que era? Um efeito secundário de um medicamento que mal foi trocado parece que por milagre passou o tal  "psicológico"!!!

 

Pois é... há que ouvir!!

 

O Neurologista também não parece ser dos que ouve muito bem... mas a recuperação de alguma capacidade física foi realizada com muita insistência minha, força de vontade e a ajuda de fisioterapeutas.  Já que a falta de força e do movimento do braço direito acompanham a "coisa". Daí ter-me dado para pintar, para mover o braço, e para os trabalhos manuais, e até para a escrita! O blogue surgiu para pôr a minha cabeça a funcionar. Para que não me sentisse parada.

 

Neste momento sigo uma determinada linha de tratamento e vamos ver se trará mais alívio e se até poderei reduzir alguns dos medicamentos que tomo. O certo é que me deitam sempre por terra até surgir o esperado alívio. Desta vez foram dois, diferentes, em curto espaço de tempo.

 

A dor foi considerada em 2003 pela Direção Geral de Saúde o 5º sinal vital. Muito tem sido feito que vise aliviar a vida das pessoas que sofrem de dor. E falo de dor não oncológica. Existem escalas de avaliação de dor, já que esta é muito subjectiva, e para que o outro (profissional de saúde), que nos ouve, a torne mais objectiva é utilizada uma escala. Existem, felizmente, em muitos Hospitais consultas especializadas no tratamento de dor crónica. Com muitas falhas, é verdade. Mas já vai sendo feito algo!

 

Algo que ajuda bastante é a consulta de psicologia de dor, que nos ajuda a lidar com este processo.

 

Mas percebo que muito pouco se sabe sobre o ciclo de dor. E não existe tratamento protocolo. É ir tentando para ver o que resulta.

Requer paciência (que às vezes se perde), persistência, quer do paciente, quer dos profissionais que tratam. E sobretudo coragem para aceitar algo que não controlamos, que não gostamos, que não queremos mas que faz parte de nós, da nossa vida, do nosso dia a dia e que o molda invasoramente...

 

Claro que todo o apoio familiar é o mais importante nesta "coragem", neste aguentar (raio do Ulrich!). E esse felizmente eu tenho! Esse é o que me guarda e me segura.

 

Mas não posso deixar de falar de toda a amizade que me tem sido transmitida, quer fora quer dentro do mundo Blogosférico!
Agradeço as vossas sugestões e o vosso apoio que serão sempre um porto de abrigo. {#emotions_dlg.redflower}

Em três anos e meio já experimentei muita coisa e já me desiludi com outras tantas. Confio? Sempre desconfiando. E vou tentando... 

 

Tenho aprendido com isto a conhecer a essência de muitas pessoas, quer para o bem quer para o mal. O mal passa-me ao lado, fico triste, mas não posso fazer com que os outros sejam aquilo que eu queria que fossem! Não posso dar nem educação, nem doses de civismo cavalares, a quantidade necessária a alguns! Ainda não existem em comprimidos nem em injeções, e davam cá um jeito!!!

 

Quanto ao trabalho?

 

Após um interregno forçado de 23 meses, regressei a tempo parcial e sentir-me útil é bom. Embora tenha dias em que chego a casa completamente de rastos. Porque tenho a mania de ser perfecionista. Neste caso não ajuda nem um cadinho. Grande defeito! Embora a minha chefe não ache ;)

 

Pode ser que este resumo da minha história sirva para alguém, para dar ânimo a quem procura, tal como eu, um alívio.

Os meus conselhos?

 

Desistir não é solução.

Lutar para que nos ouçam.

Manter sempre espírito critico em relação a qualquer médico ou profissional de saúde e até tratamentos.

Saber viver com dor é difícil mas não impossível (e os medicamentos ajudam, muito!!).

Aceitar a ajuda venha de onde vier! E agradecê-la! Dar graças quando não estamos sós e por não estarmos sós!

Tentar ver as coisas positivas.

E aproveitar todos os momentos, como diz o médico que me trata, "A vida é curta, há que vivê-la bocadinho a bocadinho!"

 

E há que sorrir sempre que podemos!

 

Obrigada pelos sorrisos que me trazem

 

Imagem retirada da net (obrigada a quem a disponibilizou)

 

 

Corremos... e corremos para lado nenhum!

Li um artigo da revista expresso que ficou em mim a "remoer", não sei isto acontece a outras pessoas, mas comigo vem-se tornando um hábito. Leio qualquer coisita, acho interessante, mas enquanto o olhar distrai, as palavras ficam-me a rodear o pensamento até que resolvem sair, resolvem expressar-se e ganhar forma, a minha forma, a forma de outros olhares que se confluem nos meus.

 

O artigo de falo foi escrito por Eduardo Sá, um psicólogo manhoso com a escrita, daqueles que depois nos diz, com a sua voz (soporífera, neste caso) "Essas são as suas conclusões, cada um vê nas palavras aquilo que precisa ver", a sua escrita tem sempre muitas entrelinhas e de facto cada um vê nas entrelinhas aquilo que lhe faz mais sentido. Não sei se o texto que li na revista Expresso, de 21 de Julho, tinha muitas entrelinhas mas sei aquilo que apreendi, talvez porque me faça de facto muito sentido.

 

O artigo dizia que corremos demais sem sair do lugar, e pela segunda vez vou falar de hamsters, tal como Eduardo Sá, desta vez para exemplificar o quanto corremos e corremos motivados por um nada que nos leva ao epicentro de um furacão de cansaço, e quando o cansaço esmorece perguntamo-nos - "Mas tanta correria para quê?", "Para onde quero ir?" e antes de obter a resposta continuamos a correr, tal  como um hamster o faz na sua rodinha, motivado por algo e indo para lado nenhum! 

 

Temos que aprender a ouvir... Precisamos de aprender a ouvir os outros, para nesse espelho nos ouvirmos também.

 

Precisamos de escutar as histórias ao nosso lado, de sermos nós, de deixarmos de correr para lado nenhum. E tal como apreendi nas palavras de  Eduardo Sá, no seu artigo, devemos deixar as pequenas fadigas diárias, como omissões, muitas vezes sem sentido, palavras que se escondem sem razão que nos magoam e que tomam proporções (muitas vezes) exageradas magoando-nos cada vez mais, a nós e ao outro, que entretanto se perdeu no mar das nossas emoções. Tons picantes com que nos falam e que  às vezes trocamos por desalento, lágrimas ou até por setas em sentido inverso, num rodear que não tem termo. Desventuras, que não nos orgulhamos, e que não conseguimos encaixar como sendo nossas.

 

Corremos num quotidiano que queremos que seja diferente, ansiamos para que o seja, mas que não fazemos mais do que torná-lo igual, muitas vezes esquecendo-nos de nos sentarmos e ... de ouvir... sentir, prestar atenção... nós estamos lá! É só parar de correr. E tal como dizia Marta M no seu artigo, esperar que a alma nos alcance!

 

Fará sentido esta correria surda? Fará sentido não tentar parar e ouvir as nossas histórias e as histórias que têm para nos contar?

 

E correr por correr mais vale corrermos para quem nos escuta e paremos para escutar também...




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