Já lá vão uns dias...
Reparei no calendário que já lá vão uns dias que não faço terapia pelos meus dedos, sim, perdoe-me quem me lê, mas uso este blogue como forma de terapia. Uma espécie de catarse. Além disso, muitas vezes uso as palavras como arma, como forma de luta contra os tempos de agruras que vamos passando. "Cada um luta com as armas que tem" e o teclado é a minha. Embora preferisse lançá-lo à cabeça dos nossos políticos opto por esta via mais pacífica e menos auto-satisfatória.
Numa semana com invasões, não de escadas mas de países, de nadas e de tudos, estive-me completamente nas tintas para o mundo. Perdoe-me o mundo, que eu às vezes até gosto dele, mas há alturas em que o seu mau feitio faz com que ninguém tenha pachorra para o suportar! Eu fiquei sem pachorra. O problema do mundo talvez seja o ser humano, que é um ser algo dado a sofismas. É o belo e o monstro ao mesmo tempo. E para piorar é na maior partes das vezes doutorado em estupidez.
Uma semana se passou sem que aqui pousasse os dedos, sem ser unicamente para esvaziar a minha caixa de correio eletrónico, tenho pavor àquela "caixa de entrada" com muitas coisas a negrito! É uma das minhas taras.
E o que fiz eu?
Vou dizer-vos. Nada! Tentei usar umas tintas acrílicas em papel e o resultado não foi o que eu queria. Pois... eu queria ser o Monet em 5 dias, quem tem essa ideia tire-a já da cabeça, não vai a lado nenhum! Consegui umas quantas pinceladas coloridas que me deixaram bem disposta e relaxada. Não sei porquê, mas relaxa-me andar com o pincel na tinta a colorir um bocado de papel. E claro, aproveito e faço umas sessões de fisioterapia ao braço e à mão. É só coisas boas. Bem... tirando as manchas de tinta na roupa, a sujidade para lavar, a mesa da cozinha (local mais iluminado da casa) ocupada com o meu estendal,...
Também consegui fazer uma santinha em argila, para oferecer. Outro de meus passatempos e para o qual, modéstia à parte, tenho mais jeito. Gosto de fazer presépios e santinhos, e santinhas, originais. Para quem não é católica faço muitos santos e presépios... outro assunto sem explicação. Ou talvez até tenha. Tento fazer objectos católicos mais alegres que tragam uma certa leveza àquilo em que fui educada, esta religião pesada que é o Catolicismo. Presépios em barcos, com cantoras de fado e tocadores de guitarra não pertencem de todo a imagem de sofrimento e pecado.
Em resumo, moranguei pela semana adiante fazendo de conta que não estava cá. Cheguei a domingo e somado tudo percebi que foi um grande nada! Mas desculpem lá, há nadas que sabem bem! E mais vale tentar fazer algum nada que valha a pena, do que querer fazer tudo e sair um nada de um vazio que mete dó. Fiz-me entender?