Há alturas em que acordo, cumpro todas as minhas rotinas de forma mecânica, como se eu fosse um autómato e não uma pessoa.
Não me sinto na realidade e pareço apenas uma observadora. Observo-me como se não estivesse dentro do meu corpo, parecendo que pertenço a uma realidade paralela, saio para a rua e tudo me parece estranho. Sentimento singular este!!!
Acho que teria umas boas e longas conversas com o mestre Einstein.
Associamos esperança a algo positivo, algo que nos move, e que tal como a imagem alude, nos traz uma flor ao nosso espírito deserto. No entanto, cabe-me dizer-vos que ela também nos embarga, nos amedronta, nos leva até um canto e nos faz ficar, ali, bem quietos, como se tivéssemos medo que a cor existisse num quadro onde tudo parece preto e branco!
Fernando Pessoa dizia para alagarmos o coração de esperanças, mas tendo atenção para não deixar que ele se afogue nelas. E existem corações que cansados de ter esperança, e expectativas afogadas, decidem temer o brilho que ela pode trazer. Porque esse brilho demasiadas vezes apagado leva a uma escuridão cada vez maior e mais fria. E o medo aproxima-se para tomar o seu lugar, como um castigo, para quem já tentou chegar demasiado perto para ver como ela era e a que doce sabia.
Como fazer para que não tema a esperança?
Como tentar enlevar a alma de modo a acender de novo aquela luzinha, que brilha lá no fundo, e que esperamos que um dia nos ilumine?
## Pronto, já sei, para a próxima escrevo coisas porreiras e que façam rir, isso é que faz a malta gostar dos blogues. Ó páh, mas hoje estou assim... hoje escrevo para mim e deixo que leiam ;)