Temos uma necessidade extraordinária de arranjar explicações para tudo e mais alguma coisa! E mesmo que a explicação esteja bem fora do nossa sabedoria ou conhecimento, mesmo assim, consegue-se SEMPRE arranjar alguém que dê uma santa explicação...
Por exemplo, se nos dói cabeça - surgem logo umas poucas de explicações.
1- É do Stress, agora tão na moda e sempre com um lugar de privilégio
2- Estás preocupado (a) com algo. Portanto entra no ramo da psicologia de bolso - Claro que estou preocupada! Que me doa a cabeça e que não me deixem em paz!
3 - A explicação mais óbvia é: "A culpa é deste tempo.... "- E aqui tanto faz que esteja sol, calor, frio, nevoeiro, tempo limpo,... o tempo é sempre uma explicação válida
Se andas distraído e te malhas aos tombos -
1 - É do Stress - Que te faz andar distraído(a) e já nem vês onde pões os pés!
2 - Andas tão preocupada com algo que a tristeza já nem te deixa olhar para o chão...
3- A culpa é do tempo! - Como? - O chão estava molhado porque choveu, ou demasiado seco e escorregadio das areias agarradas às sandálias, ou nevoeiro que faz com que tudo fique húmido e escorregadio, ou esta muito frio e andamos todos engaranhados que até caímos, ou.... talvez já dê para ter uma ideia
Se não entregas o trabalho a tempo e horas (como combinado, já agora),
1 - É do Stress - Que não te deixa concentrar nas tarefas todas. É muita coisa para uma pessoa só!!
2 - Andas tão preocupado(a) com algo que não consegues abstrair-te desse problema, que te caiu no colo como explicação mais que plausível.
3- A culpa é do tempo! - Claro! E porque não? Se está um calor que ninguém aguenta e não se consegue trabalhar de jeito!
Ou então: Está um tempo cinzentão que desconcentra completamente até um santinho...
Ou ainda: Este raio deste nevoeiro entranha na alma e nos ossos! Não consigo fazer nada.
E claro que se estiver bom tempo posso lá trabalhar? Há que aproveitar para dar um giro
Se cometes algum erro, a explicação é:
1 - É do Stress - Como é que alguém pode não errar com este stress todo?
2- Estás preocupado (a) com algo. - A preocupação, a tristeza e as manifestações psicológicas são mais que comuns. Um erro não é mais uma manifestação que algo não está bem...
3- A culpa é do tempo! - O tempo... ai o tempo! Se está sol a luz incendeia a vista e não dá para não errar, se pelo contrário, está chuva, chuva é aborrecida, tão aborrecida que até se fica meio entorpecido... e aí? Aí aparecem os erros. Do nevoeiro nem vou falar! Porque esse é óbvio! Com bom tempo está-se mas é longe, a pensar num piquenique ao ar livre... e a concentração voa com a imaginação!
Se simplesmente não apetece mexer o rabo do sofá
1 - É do Stress - Anda-se TÃO, stressado que quando se vê o sofá à frente (ou por baixo) não dá nem para mexer um músculo (aqui mastigar não conta!)
2- Estás preocupado (a) com algo. - A preocupação, a tristeza e as manifestações psicológicas são mais que comuns. Demasiada lagartice é sinónimo que se está a chocar alguma. Hummm... o que será?
3- A culpa é do tempo!- Alguém tem vontade de se mexer com o calor? E se chover apetece é estar enroladinho numa mantinha! O mesmo se passa com os dias de nevoeiro. E o bom tempo é para preguiçar!
Este Governo só nos dá cabo da paciência
1 - É do Stress - E juro que já ouvi esta - " Coitaditos, eles estão a fazer o melhor que podem. Deve ser um stress enorme aquelas reuniões todas e terem que pôr tudo em ordem! Eles nem sabem onde hão-de acudir!!!"
2- Estás preocupado (a) com algo - Eles têm os seus problemas e algo pode não estar bem com as suas almas entristecidas. Dá-lhes cabo da mente ter que colocar estas medidas todas austeras! Só Deus sabe como aguentam!!
3- Mas a verdadeira culpa é mesmo do tempo! Que não envia uma grande trovoada, com calor, nevoeiro, chuva e tufões e os põe a mexer para bem longe!!!
E eu tentofugir das explicações mas elas perseguem-me! E de quem é a culpa?
Hoje falávamos sob a chamada "crise dos 40". Um amigo referia que se sentiu mal quando fez 40 anos e que começou a pensar que estava a ficar velho e entrava nos entas para não mais os deixar...
Talvez seja uma fase em que se repensa muitas das nossas atitudes e comportamentos, afinal os nossos pais, agora também com mais idade, começam a ter os seus problemas de saúde o que nos deixa transtornados e a pensar que a vida é efémera. Começamos, mesmo involuntariamente, a questionarmos sobre o sentido da vida e a fazer um balaço sobre esta. Muitos afundam-se nestas questões, às vezes, até que a depressão lhes bate à porta.
Alguém me falou sobre a importância da "atenção plena", em inglês, (que é moda, mais fino e dá um ar de entendido, mas isso são outras águas...) mindfulness, que será provavelmente o nome pelo qual vão conhecer as formações e cursos sobre o tema. Esta teoria vem do Budismo, e o que se encontra sobre isto está muito relacionado com esta "religião".
Em psicologia, e sem estar relacionado com qualquer tradição espiritual, é ressalvada a importância de treinar a nossa mente a de permanecer no momento presente, chamar a atenção completa para uma experiência presente vivendo momento a momento. Não percorrer o passado e muito menos tentar prever o futuro ou pensar nele, como, muitas vezes, o fazemos até catastrofizando sem nenhuma necessidade.
Quantas vezes não nos acontece criar problemas que nem chegam a aparecer? E ocupamos e nossa preciosa energia mental com isso! E muitas das vezes nem acontece o que estamos a prever.
A minha meia maçã costuma ter uma filosofia interessante, "os problemas são para ser resolvidos quando surgirem, não para serem criados pela nossa cabeçinha!". Mas quantas vezes complicamos, e deixamos que os nossos pensamentos fujam... e com isso não vivemos onde deveríamos estar, que não é nem no passado, nem no futuro, é tão simplesmente no PRESENTE!
No entanto, isto é melhor de dizer mas não tão fácil de fazer! Requer um certo treino para começarmos a reconhecer os nossos padrões mentais habituais, muitos deles desenvolvidos fora da consciência (inconscientemente, portanto). Tomar consciência destes padrões mentais é o princípio para começar a responder de novas maneiras, para começar a viver a nossa vida com mais plenitude, mais calma e mais aceitação.
E a conclusão a que chego é que a vida tem que ser vivida momento a momento, presente a presente. Tentar não complicar, tentar não criar catástrofes... e aceitar.... sabendo que a melhor maneira de o fazer é buscando o positivo, nem que seja ínfimo, isso nos dará forças e trará ainda mais positivo.
Por isso esqueçam os entas, para quem lá está, e tentemos viver o presente com a consciência plena deste. Afinal o presente é uma dádiva que escapará.
Para quem não está nos entas... tentem ser plenos, positivos, abracem a vida e sorriam para o que ela vos oferece.
Esqueçamos as complicações e os problemas, afinal só os vamos resolver quando estivermos com eles nas mãos, que adianta tê-los na mente?
Ok! Fácil falar... mas eu tento... tente também...
Foi-me parar às mãos um questionário, que serve de instrumento numa tese de doutoramento em psicologia, cujo objetivo é compreender e avaliar as atitudes da população portuguesa em relação à homoparentalidade (famílias de pais e mães homossexuais).
Existiam dois links, um remetia para um questionário que se destinava a pessoas heterossexuais e outro que seria preenchido por pessoas homossexuais. Deveria escolher-se apenas um, conforme o caso. Aviso que é algo extenso, coisa para uns 10 minutos.
Este questionário veio reforçar uma ideia que já tinha sobre o assunto, e também que as questões "fechadas" não deixam espaço para manobras! Eu sei, é difícil tratar as questões fechadas num estudo! Mas também é difícil pronunciar-me sobre um assunto deste cariz em questões assim.
Na minha humilde ideia, não é a opção sexual de alguém que dita se ela será bom pai ou boa mãe. Existem muitos heterossexuais, aí aos pontapés, que, infelizmente, nunca deveriam ter tido filhos!
Com tanta criança a precisar de carinho e de um lar que a ame não vejo porque não possa ser num lar de homossexuais!
Não vejo a educação dessa criança comprometida, caso se tratarem de pessoas com valores morais e com capacidade para educar uma criança. Vejo um futuro bem menos risonho o de uma criança institucionalizada! Porque para mim isso é que não é o natural.
Se a criança vai ter problemas? Ser gozada? Ser apontada pelos outros?
Talvez, se as outras crianças não tiverem ninguém que lhes explique o que é ser tolerante e como aceitar as diferenças!!
Não me importa a opção sexual dos outros o que me importa é que sejam boas pessoas e que façam alguém feliz. :)
Nem tudo é o que parece, e não existem verdades absolutas!
Eu tento explicar e ensinar ao meu filho o que é ser tolerante e a aceitar as diferenças, venham elas de onde vierem, e sei que o meu tento consegue!