Atravessamos a era do desenvolvimento tecnológico! O que diria o Homem, aqui há uns anos, se visse que em vez de caçar alimento estivéssemos a caçar bichanos imaginários com um aparelho?
Mas eu até vou aceitando toda esta febre, até posso tentar perceber que seja divertido caçar algo que não existe. O que não percebo é a falta de civismo que vai alheada ao uso da tecnologia que está ao nosso dispor para nos facilitar a vida!
Ó ótimo termos hipótese de comunicar com quem desejamos a qualquer hora! Até porque em situações urgentes torna-se premente o seu uso . Mas quando essa tecnologia deixa de existir para nos servir e passamos a ser nós a servi-la há algo muito errado!
Já não é a primeira vez que estou numa consulta, a explicar algo importante, e a pessoa SEM PEDIR DESCULPA, atende o telemóvel que entretanto toca!!
O que me apetece fazer é pegar no aparelho e desligá-lo, e qualquer dia passo-me da cabeça e é isso mesmo que faço! E depois vão lá escrever no livro amarelo!
Também já não é a primeira vez que o raio da coisa toca sem parar, até que eu, já farta daquilo e de quem do outro lado que não percebe que não se pode atender, falo para a pessoa que tenho à minha frente para calar o aparelho porque assim não há quem consiga concentrar-se!
Para a próxima, juro, que se me atendem o telefone (a menos que a pessoa me explique porque vai atender) saio da sala e só volto lá passado uma hora! Quero ver o que vai fazer o Sr. Utente nesse caso!
Isto é que vai uma crise, mas não é de dinheiro, é de civismo!
Adoro ler, e como tal sou apaixonada pelos livros. Fico extasiada pelo toque de cada página o seu odor envolve-me, como se tratasse de um enamoramento, e que na realidade vai sendo com o passar da leitura.
Com tal, sempre que me falavam em páginas digitais, e livros lidos em algo, tão impessoal, quanto a maravilha da tecnologia do Kindle, eu torcia peremptoriamente o nariz.
Mas a necessidade faz-nos mudar de opinião. E como a grande maioria dos livros que leio se assemelham, quer em volume e número de páginas, a uma Bíblia! Pesando sempre um pouco e obrigando-me a andar com aquela monstruosidade de páginas para todo o lado. Sim, porque sou daquelas que não larga a leitura enquanto não lhe vejo o fim. Acabei por ceder a experimentar o tal Kindle. Sempre com um pé atrás e a achar que os livros iriam iniciar uma revoltar contra a minha pessoa por ter cedido ao “inimigo”!!
Provavelmente a revolta da minha biblioteca irá mesmo acontecer. Isto porque fiquei fã do Kindle. Não digo que substitui os livros e que tem todo aquele encanto de um livro, o seu folhear lento, o respirar de cada página…
Mas paciência... Não podendo eu andar com muito peso é um excelente substituo! É muitooo mais leve, consequentemente mais prático de levar para todo o lado, cabendo em qualquer carteira. Traz uma leitura cómoda, tem um dicionário integrado para quando não sabemos o significado de alguma palavra, tem uma função que permite escrever notas e outra de marcação de páginas. Além de possuir outras gigajogas tecnológicas muito práticas. Ah! E ler na cama, deitado de lado, passou a ser possível e confortável.
Eu sei que isto é um crime de lesa-majestade para os amantes dos livros. Mas o Kindle, para mim, foi mesmo uma agradável surpresa!!! E é com ele que me tenho agarrado às palavras, ao passar de cada página com um ligeiro toque mágico e que assim me deixo envolver pelas histórias. Assim como assim são essas que, no fundo, interessam.
Adenda: Descobri, entretanto, outra vantagem, os livros são muitoooo mais baratos. Para mim, é uma GRANDE vantagem
Claro que as novas tecnologias são óptimas! Abonam ao nosso conforto, pelo menos contamos com elas para isso.
Mas em certas e determinadas situações dou comigo a pensar....
Que seria bom ir a uma casa de banho (fora de casa, claro!) por exemplo em viagem nas áreas de serviço ou até numa qualquer sala de espera de consultórios clínicos, e não ter que abanar as mãos com frequência por cima da cabeça, para que a luz se volte a acender, uma vez que o temporizador da dita cuja não contou que eu pudesse demorar mais a realizar aquilo para que a natureza me chama!
Que ao ir lavar as mãos depois do "serviço" efectuado, para que a água jorre, devo saber se :
basta por as mãos debaixo da torneira,
devo carregar na torneira,
devo ver se existe um pedal em baixo,
ou, como já me aconteceu, a torneira abre normalmente, mas quem deita a água é a torneira do lado! Obrigando-me a abrir de um lado, lavar do outro e voltar a fechar do lado oposto...
Isto para não falar na saga que é secar as mãos molhadas, se:
É para secar com papel - e este está ausente; ou espalhado pelos lavatórios, uma vez que não foi disposto no recipiente devido mas em cima dele, e voou com a primeira brisa! Neste caso temos que secar no papel higiénico (se sobrou ou se existe de facto algum!) e ficar com ele todo esfarelado nas mãos e acabar de secá-las nas calças...
É para secar naqueles ventiladores ruidosos - e estamos ali tempos infinitos e acabamos por secar as mãos nas calças...
É para secar naqueles rolos tipo toalha - e estes estão encravados e acabamos por secar as mãos às calças...
De qualquer das formas, e apesar das minhas preces, eis que surge sempre alguém conhecido a querer cumprimentar as nossas mãos desagradavelmente ainda húmidas!
Eu bem tento adaptar-me a estas tecnologias de WC, toilette, banheiro, casinha ou casa de banho, mas o meu tento não consegue!