Há quem reze para ter um pouco menos de trabalho no emprego, mas ainda há quem faça o contrário!
Agora uma das estratégias para fazer um funcionário demitir-se, para assim não pagar indemnização, não é dar-lhe muito trabalho, mas sim não lhe dar nada!!! Nadica de nada. Já se imaginaram a não ter nada para fazer???!!
Uma empresa teve foi azar, porque foi processada por não dar nada que fazer ao seu "colaborador", palavra na moda agora... Um Francês processou a empresa precisamente por esse motivo. A notícia aqui
A propósito da nova polémica da moda, sobre a prova pedida a duas recentes mães em como estavam a amamentar. Em que o normal é que seja pedido um atestado, passado por um médico, que confirme a tal amamentação. Mas parece que andam por aí muitos atestados fraudulentos, afinal estamos em Portugal, como tal, há que pedir a estas mães, por acaso enfermeiras, uma no Hospital de S.João, outra no Stº António e ainda uma terceira que está mais calada (sabe Deus...), que sacassem da mamoca e a espremessem à frente de um médico (mais idóneo que o que passou os atestados de amamentação...) para ver se saía leite.
Quanto a isto tenho algumas considerações a tecer.
Primeiro, há de facto atestados passados em como se está a amamentar e na realidade não se está. Mas será isto um abuso?
Será um abuso querer ficar mais tempo com um filho que se acaba de deixar para regressar ao trabalho?
Será abuso valer-se da amamentação para conseguir uma redução no horário de trabalho, que até devia ser de lei, quer para quem dê a mama como para quem não dê?
Até porque, pensem comigo, já não basta a uma criança ter que mamar num biberão e ser-lhe suprimida toda a vantagem de um leite materno ainda tem que ficar menos horas sem a sua mãe? Onde é que isto é justo?
Posso admitir que isto possa ser considerado chico-espertismo. Valer-se de um atestado para conseguir algo que na realidade até é mentira. Mas caramba! Este parece um chico- espertismo para bem da criança. Mas este é um problema base de Portugal, a carência de leis que protejam as recentes mães e as suas crianças, e a falta de civismo de base, mas isso é outro post, e outro assunto que estou para aqui farta de dissertar.
A mim custou-me imenso deixar o meu filho quando tive que regressar ao trabalho. O que temos melhor na vida? Não me digam que é o trabalho???!!!
Segundo, então pede-se às funcionárias que espremam a mama????!!! A sério? Isto sim não será abuso da entidade empregadora?
Por acaso as mães tinham leite. Agora deixo a questão. E se não tivessem?
Quem sofreria?
As mães que queriam menos horas para estar com os seus bebés. E aos médicos que passaram o atestado fraudulento? Que lhes acontecia? Que acontecia aos médicos que quiseram ajudar os bebés e as mães?
Tempos tristes estes... em que uma mulher tem que sacar da mama para a espremer no trabalho só para provar que dá de mamar! Onde é que isto vai parar???
Um tempo em que o trabalho, o dinheiro, os números e os indicadores valem mais do que a vida!
Já muito se disse sobre o aumento da carga horária semanal para os funcionários públicos e ao que percebo a grande maioria é a seu favor. A grande maioria que não é funcionário público, entenda-se.
No meu serviço a jornada de 40 horas entrará em vigor a 28 de Setembro, e já fomos avisados pelos superiores que até nos poderíamos nos manifestar mas que não adiantaria nada.
Ok... o que é que eu tenho a dizer sobre isto?
Acho que está tudo a funcionar ao contrário. Deveríamos era estar a promulgar uma lei que ditasse a diminuição da jornada de trabalho do privado para as 35 horas semanais. Mas o mundo anda ao contrário.
Temos filhos para pagarmos para que sejam criados por pessoas que não conhecemos de lado de nenhum e passamos um horror de horas a trabalhar. Chegamos estourados a casa e sem paciência para eles. Eles por sua vez andam sem paciência para nós, só sabemos mandá-los despachar de manhã e à noite pouco nos vêem e temos que os mandar despachar para deitarem cedo porque de manhã tem que levantar-se igualmente cedo. Queremos o melhor para eles, mas não lutamos por esse melhor! Andamos anestesiados!
Mas por enquanto ainda temos o fim-de-semana! Os que ainda o têm... de rastos e para recuperar para uma nova semana de trabalho. Que loucura a nossa vida! E o que temos assegurado? Pelo menos as necessidades primárias, comida na mesa e um emprego, há que refilar pouco!
O resto vão-nos tirando a pouco e pouco... educação, saúde,... esperem sentados a ver a caravana.
O que mais me preocupa neste novo horário de trabalho são as horas que não vou poder estar com quem verdadeiramente amo e quem me preenche a vida. Isso não preocupará os funcionários do privado também?
Ao que parece a única coisa que preocupa a maioria dos que trabalhavam no privado é que os FP tenham aumentada a sua jornada de trabalho, desculpem se estou a ser injusta, mas são as palavras que ouço soltas por aí. A galinha do vizinho está mais gordinha? Há que emagrecê-la, pois então!
Digam-me. Não preferiam antes fazer 35 horas semanais?
Não mintam faz favor.
Estão com estas coisas a dividir os funcionários do sistema público e do privado?
Digamos que estão a acender bem o lume e a soprar-lhe bem! E estão a conseguir que assim não se virem para o que é importante! Contra eles!
E ainda não se percebeu, ou até já, que o desemprego vai aumentar. Bem se calhar isso até nem se vai notar nos números porque muitos bazarão daqui para bem longe!
Mas eu ficarei, lutarei para viver o melhor que posso ou tentarei embora saiba que de nada me adiante....
Não me venham é com as tretas de termos que endireitar as contas do país porque tenho a certeza que há coisinhas bem mais importantes e que "eles" os vampiros não lhes dá jeito nehum mexer.
Ah! E já agora isto de sermos todos iguais também é um averdadeira balela que se engole como tantas outras que enfiam pela goela. A classe médica continuará com as 35 horas, porque são os únicos por estas bandas que sabem lutar e fazer ver, e ao que parece o pessoal das ilhas. E se formos por aí espreitar veremos que haverá por aé gente mais igual que outra...
Imagem retirada da net, obrigada a quem a disponiblizou
Eu bem tento dizer à minha mente e ao meu corpo que eles já não estão de férias mas o meu tentonão consegue! Por qualquer razão eles estão irremediavelmente apaixonados pela lagartice no sofá, pelo cheiro a maresia, pelo sol, pelo vento no cabelo e pelo caminhar solto sobre as horas e os dias... será que não enxergam que este é um amor que tem que acabar? É uma paixão sazonal! O problema é que parece que eles querem assumir o amor e torná-lo numa relação estável e permanente.
Jales pertence ao concelho de Vila Pouca de Aguiar e Distrito de Vila Real, teve a sua época áurea na extração de ouro, e é necessário que se diga, a única mina de extração de ouro em Portugal!
Segundo dizem os antigos desde a época da invasão romana que se extrai dali este precioso e almejado metal. E muitos são os vestígios por lá espalhados. Mas restam também muitas histórias sobre mouras encantas presas por singulares feitiços e deixadas à sua estranha sorte. Por isso, talvez também os povos muçulmanos tivessem por lá andado.
Uma aldeia perdida com boas gentes. Gentes de face vermelha, sangue na guelra, trabalhadora e muito hospitaleira.
Além da extração de ouro, que promovia a criação de muitos postos de trabalho, podiam-se ver em redor da aldeia a vida a frutificar nos imensos campos cultivados. Aliás, a vida florescia em todos os recantos desta pequena região muito movimentada do Planalto de Jales. Poucos seriam os que emigravam, para tentar outra sorte que não as minas. Mas muitos ficavam, agarrados à sua terra, ao seu país e trabalhando, contribuindo para uma extração diária de cerca de um kilo de ouro por dia!
E Jales crescia e produzia... a história? Essa pregou-lhe uma terrível partida... Na década de 90 a a cotação do ouro baixou, os custos de extração aumentaram muito, a empresa foi acumulando dívidas à EDP e à Segurança Social, acabando por entrar em insolvência e fechar.
Foi a catástrofe... perderam-se empregos, dissolveram-se contos deixados para trás, lágrimas ficaram... os campos? Esses foram deixados, secos como a alma de quem partiu, de quem conseguiu partir e arranjar esperança. Alguns ficaram, com as castanhas, com o vento, com a labuta de nada e com a esperança de tudo.
Despovoamento, pedras soltas e perdidas... pobreza.
Crianças? As poucas que existem penso que ainda correm por lá... seu destino? Sair dali para conseguir algo da vida.
Tentam agora dar-lhes esperança com esta nova prospecção e com a criação de postos de trabalho tão bem vindos, tão emergentes! Será mais uma das promessas vãs? Será mais uma das ideias de prospecção que só fica na intenção e não nas mãos que precisam de se calejar?
Oxalá que chegue a esperança de quem já está habituado a perder tudo, a ser esquecido e a não ter nada!